Neste Dia de Finados, fazemos memória às pessoas que faleceram. Lembramos suas vidas e choramos sua ausência na nossa vida. Para muitas famílias, a dor é maior pelas perdas devido à pandemia da Covid-19.
Este ano, a tradição de visitar os cemitérios está sendo garantida pelo poder público. A pandemia não acabou, mas reduziu, dando mais segurança para a população visitar o túmulo de parentes e amigos.
Dia de Finados é dia de reflexão sobre o sentido da vida e o significado do mistério da morte. As diversas religiões trazem um entendimento, segundo a fé, quanto à morte. No Cristianismo, a crença da ressurreição e a esperança de uma vida melhor, eterna, com Deus, traz um sentido e conforto aos nossos corações.
Mas ao mesmo tempo, choramos os mortos. Choramos porque muitas mortes poderiam ser adiadas. Deus quer a vida. E vida plena, com qualidade. A luta por uma vida digna é divina, mas também um direito constitucional. Lutar pelas políticas públicas, pela saúde pública, é lutar pela vida.
Por isso, este ano, é importante refletir sobre o que aconteceu no enfrentamento da pandemia da Covid-19. O descaso, a negligência, as ações e omissões do poder público contribuíram para o aumento de contaminações e mortes devido a essa doença cruel.
A CPI do Senado, no seu relatório final, denuncia os esquemas na compra de vacinas, que atrasaram a campanha de imunização no país. Os esquemas de superfaturamento, propinas e corrupção de membros do Governo Federal, de alguns deputados e de empresas mostraram o descaso com a vida e a ganância pelo dinheiro. Foram indiciadas 80 pessoas, incluindo, o governador do Amazonas, Wilson Lima, e um ex-secretário de Saúde.
No Brasil, até dia 31 de outubro deste ano, foram 607,8 mil mortes pelo novo coronavírus. No Amazonas, até esta mesma data, foram 427.788 casos de contaminação e 13.770 mortes em todo Estado, a maioria na capital. Quantas famílias enlutadas. Em alguns casos, foram vários membros da mesma família que morreram. Cada pessoas tem casos de familiares, amigos e pessoas próximas. Pobres e ricos, ninguém escapou. Mesmo tendo saúde privada, planos de saúde, a superlotação e a falta de oxigênio e leitos de UTI não salvaram a todos. Foi fundamental o SUS, a saúde pública no enfrentamento da pandemia.
Mas a pandemia não terminou. A vacinação avançou, mas ainda tem muita gente que não foi se vacinar. Até ontem, dia 01 de novembro, 43,9% da população do AM estava com vacinação completa. No Estado, cerca de 1 milhão de pessoas estão aptas para receber a vacina, mas ainda não foram. Na capital, cerca de 270 mil não receberam a 2ª dose. É urgente a busca ativa. Das novas internações, 80% são de casos de pessoas que não foram vacinadas.
Vamos cuidar da vida. É preciosa. No Dia de Finados, que possamos lembrar das pessoas que partiram, cedo ou não, e manter um compromisso de lutar pela vida, de todos e todas. Que Deus nos ajude.
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