Por Hudson Neris, do ATUAL
MANAUS – Com quatro candidatos a duas vagas no BBB 23, a Casa de Vidro em shopping no Rio de Janeiro expõe uma prévia do perfil de brothers e sisters no reality da Rede Globo. O Big Brother Brasil é um acontecimento na TV.
Mas seria um meio de alienar o brasileiro ou apenas puro entretenimento?
O BBB retorna em momento de tensão política. Enquanto bolsonaristas quebram vidros de janelas e murais nos três Poderes, a Casa de Vidro serve para o público olhar bem de perto quem, ali no confinamento, reúne as condições de disputar o reality. Sem jogar pedras.
A 23ª edição do programa estreia no momento em que o país sobrevive a uma pandemia política, a tragédia ideológica do bolsonarismo, e busca retornar à vida normal. O BBB, com sua diversidade social, é um alento ao estresse político e, como os jogos de futebol do fim de semana, ocupa os debates em família, no trabalho e nas mesas de bar.
Em 2022, mobilizou o público, assim como carnaval, festas juninas, Copa do Mundo e até mesmo as eleições que deram um novo gás aos brasileiros para sobreviverem a onda de cafonices, boçalidades e violência mascaradas de conservadorismo.
Passada a tentativa de golpe com a invasão e vandalismo nos três Poderes em Brasília, resta esperar para que o mau cheiro dos acampamentos bolsanaristas se dissipem no ar.
O BBB deve começa a mobilizar os brasileiros e ocupa os primeiros lugares no trending topics do Twitter e nas pesquisas do site de buscas Google.
Ao contrário da política, o BBB não tem ideologias, não é preciso tomar partidos, defender o fascismo ou ter compromisso com a democracia. Dá para debater sobre o desempenho dos participantes com a família reunida na sala, na mesa de jantar, ou comentar na mesa de bar sem medo de ser agredido, ou morto por um fã de algum participante.
Afinal, a briga por votos, no Big Brother, dura apenas uma semana e a cada edição surge um novo campeão, pronto para ser esquecido assim que uma nova temporada for anunciada.
Sobre a indagação: o BBB é um entretenimento viciante. Há quem deteste, como a política, mas no reality o que vale é a política do bom debate sobre quem joga melhor dentro das regras do jogo. E sem depredação da casa pelos perdedores.