O vice-governador José Melo só terá chances efetivas de disputar o governo se Omar Aziz largar o posto em fins de março do próximo ano, a fim de candidatar-se a um novo cargo eletivo, no caso, ao Senado Federal, como se tem noticiado.
Ao permanecer no governo, Omar não teria como dar sustentação ao projeto de Melo, uma candidatura incerta, sujeita a chuvas e trovoadas. O governador, ficando sem mandato, exposto às vicissitudes de quem fica sem poder, precisará de uma retaguarda forte no comando do Estado, que possa lhe proporcionar certa tranquilidade durante o período de transição entre uma eleição e outra.
Na hipótese, diante do franco favoritismo que o senador Eduardo Braga hoje desfruta nas pesquisas eleitorais, Omar Aziz não terá condições de negar apoio ao ex-governador, com o qual deverá firmar um pacto político que lhe assegure condições de retornar ao proscênio da vida pública no Amazonas, em 2016 ou em 2018.
A propósito, Braga tem dito a seus interlocutores que espera seja celebrado um acordão que reuna todos os integrantes do velho grupo político, lá atrás constituído pelas mãos de Gilberto Mestrinho, primeiro governador eleito do Amazonas depois do Golpe Militar de 1964. Aposta, portanto, no apoio de Omar Aziz, Amazonino Mendes e Alfredo Nascimento, ficando de fora apenas o atual prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto, com quem Braga e Amazonino têm dificuldades históricas e por isso mesmo não querem conversa.