
Da Redação
MANAUS – Em janeiro deste ano, o trabalhador em Manaus trabalhou menos tempo para comprar os produtos da cesta básica e também pagou mais barato por alguns itens, segundo os indicadores do Dieese (Departamento Intersindical de Economia e Estudos Socioeconômicos). Para adquirir 4,5 quilos de carne com preço médio de R$ 20,96, foi necessário trabalhar 22 horas e nove minutos em janeiro contra 23 horas e 29 minutos, em dezembro de 2016.
Na proporção de valor, as horas trabalhadas mês passado também foram menores que em dezembro para comprar 6 litros de leite, 4,5 quilos de feijão, 3,6 quilos de arroz, 3 kg de farinha de mandioca, 12 kg de tomate, 6 kg de pão francês e 300g de café em pó. No caso do tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo de soja e manteiga, as horas trabalhadas a menos não compensaram o preço do produto que saiu mais caro este mês que em dezembro.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em janeiro de 2017, menos da metade do salário (45,91%) para adquirir os mesmos produtos que, em dezembro de 2016, demandavam 48,80%. No mês passado, o valor dos 12 alimentos da cesta foi de R$ 395,79 e, em dezembro, de 395,08.
Em janeiro, o tempo de trabalho necessário para adquirir todos os produtos da cesta básica em Manaus foi de 92 horas 56 minutos, menor do que a jornada calculada para dezembro de 2016, de 98 horas e 46 minutos. O preço da cesta básica de Manaus teve variação de 0,18% em relação ao mês de dezembro. No mês anterior, o conjunto de itens alimentícios essenciais custava R$ 395,08. Em janeiro de 2016 a cesta básica custou R$ 405,72.
O custo da cesta básica para o sustento de uma família manauara de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto) foi de R$ 1.187,37 durante o mês de janeiro de 2017. Esse valor equivale a aproximadamente 1,27 vezes o salário mínimo bruto, fixado pelo governo federal em R$ 937,00. No mês anterior, o custo da cesta básica para esta mesma família era menor e foi de R$ 1.185,24, 1,35 vezes o salário mínimo bruto praticado naquele momento.
A alta de alguns produtos se deve a menor oferta de grãos para este ano devido à bienalidade negativa, característica de algumas culturas como a do café, ou seja, a cada dois anos, a produção tende a ser menor. Além disso, os estoques de café foram mantidos no início do ano e o preço internacional subiu. Com isso, o valor no varejo mostrou elevação em quase todas as cidades. O consumidor também pagou mais barato pela carne e o leite devido à grande oferta em todo o País.