
Do ATUAL
MANAUS – O delegado Raul Augusto Neto afirmou nesta segunda-feira (30) que Felipe Oder Carlos Bezerra e Keronlayne Duarte da Silva de Vasconcelos, ambos de 30 anos, mataram o segurança Bruno França Candido, de 30 anos, e o vigilante Emanoel de Jesus dos Santos Junior, de 23 anos, por que estavam sendo constantemente cobrados por dívida trabalhista com Bruno.
“Era um grupo voltado para a prática de estelionatos (…) Eles alugaram um sítio (…). O Felipe atuava como chefe de segurança desse sítio. (…) Houve uma cobrança de uma dívida trabalhista de serviços supostamente prestados. A vítima [Bruno] estava cobrando o autor Felipe de pagamentos que ele devia [ter] realizado”, disse Raul Augusto Neto.
De acordo com a polícia, o casal foi preso na quinta-feira (26) quando se preparava para fugir. “Foi encontrado com o casal, que se preparava para fugir, na Comunidade do Ariaú, uma arma de fogo com seis cartuchos, sendo que dois deflagrados, duas facas pequenas que, segundo eles, foram utilizadas para praticar o crime”, disse Raul Neto.
As investigações policiais indicam que Felipe e Keronlayne se sentiram extorquidos em razão das constantes cobranças de Bruno e atraíram o segurança para o sítio. No local, Felipe, que era mestre em artes marciais, travou luta corporal com Bruno e matou o segurança com duas facadas. Emanoel, que presenciou a briga, tentou intervir e também foi morto com duas facadas.

Os policiais afirmaram, ainda, que Felipe carregou os corpos para uma área de mata, a 30 metros de uma estrada na AM-070, e os queimou com objetivo de não deixar vestígios. “Ele passa o dia tocando fogo, carbonizando os corpos. E os restos mortais que sobraram ele coloca dentro de um saco e descarta no lixo”, disse Raul Neto.
Ainda de acordo com os policiais, Keronlayne, além de atrair Bruno para o local do assassinato, limpou a cena do crime. “Felipe fala com Carolina para que ele chame Bruno, que eles eram muito amigos, para o local do homicídio (…) O papel dela foi chamar – que a gente chama de fazer ‘casinha’. Ela participou limpando, tentando alterar a cena do crime”, disse o delegado.
Após Felipe indicar a região em que havia carbonizado os corpos, os investigadores usaram um cão para identificar o local exato. Conforme afirmou a perita Najara Marinho, Felipe usou “técnicas específicas” ao submeter os corpos a temperatura muito alta e, no local, só restaram “fragmentos ósseos pequenos e muito frágeis”, que foram coletados com muito cuidado.
Os investigadores afirmam que o casal extorquia pessoas e que as mortes ocorreram em momento de desentendimento entre eles. “Era um grupo de criminosos, estelionatários, pessoas que estavam extorquindo pessoas, emitindo certificados, enganando. No momento de desentendimento entre eles, houve essa morte”, disse o delegado Paulo Mavignier.
