Da Folhapress
SÃO PAULO – Morreu nesta quinta-feira, 14, aos 82 anos, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) Coaracy Nunes Filho. A causa da morte não foi divulgada. O dirigente, que comandou a entidade de 1988 a 2017, sofria de diabetes, hidrocefalia e mal de Alzheimer.
Ele, que estava internado desde abril em um hospital do Rio de Janeiro, chegou a receber diagnóstico positivo de Covid-19, mas exame posterior apresentou resultado negativo para a doença, segundo relato de Luciana Nunes, filha de Coaracy.
De acordo com ela, o pai não despertou mais desde que passou por uma cirurgia para alívio da pressão intracraniana na semana passada e teve a morte confirmada nesta quinta.
Filho de um ex-deputado federal pelo Amapá, Nunes foi diretor de esportes olímpicos do Fluminense nos anos 1980 e vice da Federação Aquática do Estado do Rio. Na mesma década, candidatou-se para a presidência da então CBN (Confederação Brasileira de Natação).
Perdeu o pleito para Ruben Marcio Dinard, mas uma intervenção federal anulou as eleições e ele foi conduzido ao cargo. A primeira eleição de fato para comandar a CBDA -nome que ele deu à entidade assim que assumiu- foi em 1988.
Verborrágico, Nunes conta que fechou o contrato de patrocínio com os Correios, em 1991, por meio de um anúncio publicado em jornal. A parceria foi uma das mais duradouras do esporte brasileiro e se encerrou em 2019. Desde o fim do contrato, a entidade pena para sobreviver, com poucos recursos e acúmulo de dívidas.
Nas três décadas em que ele comandou a CBDA, a natação brasileira teve momentos vitoriosos, incluindo dez medalhas olímpicas e o primeiro ouro do país na modalidade, de Cesar Cielo, em 2008.
O cartola também foi acusado de diversas fraudes e desvios durante seu período à frente da entidade.
Em 2017, chegou a ser preso preventivamente durante a Operação Águas Claras da Polícia Federal, que investigou esquema de desvio de recursos públicos na confederação. Ele foi solto três meses depois, sob condições como se manter longe da entidade e dos outros réus do processo.
No ano passado, foi condenado em primeira instância por fraudes em licitações envolvendo verbas do governo federal. A juíza Raecler Bradesca, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, estabeleceu uma pena de 11 anos e 5 meses de reclusão, com 3 anos e 6 meses de detenção, à qual cabia recurso.