Descubra as razões por trás da restrição e as opções mais sustentáveis para a mobilidade
No Brasil, a venda de carros de passeio com motor a diesel é proibida por lei desde 1976. Essa medida foi implementada pelo Ministério da Indústria e Comércio, visando enfrentar a crise mundial de combustíveis e combater a poluição causada pelo enxofre presente no diesel daquela época, quando o País precisava importar 78% do petróleo consumido. Embora seja uma restrição única no mundo, algumas cidades europeias também adotaram essa regulamentação.
Hoje em dia, os motores a diesel estão mais avançados e poluem menos, graças aos aprimoramentos no combustível e na tecnologia veicular. No entanto, no Brasil, o diesel é predominantemente utilizado no transporte de cargas, em caminhões, ônibus, picapes com carga útil superior a 1.000 kg e utilitários com tração 4×4 e reduzida. Esses veículos desempenham um papel fundamental na economia do país, sendo responsáveis pelo escoamento de produtos em todo território nacional.
Apesar das melhorias no diesel e do interesse em revogar essa proibição, a legislação continua em vigor. A preocupação com o meio ambiente e a saúde pública é um dos argumentos utilizados para justificar essa restrição, uma vez que os motores a diesel emitiam altos níveis de material particulado prejudicial à saúde humana. No entanto, com o avanço tecnológico e a introdução do diesel S10, que possui baixo teor de enxofre, essa preocupação diminuiu significativamente.
Enquanto no Brasil a proibição de carros de passeio a diesel continua, na Europa a situação seguiu um caminho diferente. Após o escândalo de fraude de emissões, conhecido como “Dieselgate”, que iniciou com a Volkswagen em 2015, as fabricantes europeias reduziram sua oferta de motores a diesel e aumentaram a produção de carros híbridos e elétricos.
Foi descoberto que um software alterava o nível de emissões nos motores EA189 quando detectava uma situação de teste, fazendo com que as emissões fossem até 40 vezes menores do que em condições normais.
Nas últimas décadas, a Europa apostou fortemente nos motores a diesel, que representavam 60% das vendas de carros em 2011, partindo de apenas 10% em 1995. Hoje, devido à maior oferta de carros híbridos (elétrico-gasolina) e à menor disponibilidade de motores a diesel, os carros a gasolina são os mais vendidos na Europa. Nesse cenário, é fundamental garantir a proteção do seu veículo por meio de um seguro automóvel abrangente.
Tudo indica que essa tendência continuará. Os consumidores desconfiam dos carros a diesel, podendo optar por carros a gasolina com motores turbo e injeção direta, que oferecem desempenho e eficiência semelhantes, mas com um custo 10% menor. Além disso, a eletrificação dos carros vendidos no Velho Continente é iminente, e a expectativa é que, a partir de 2040, não haja mais carros novos com motores de combustão.
No final das contas, o Brasil pode ter antecipado uma tendência que levará décadas para se concretizar em outros lugares do mundo. A proibição de carros a diesel no país demonstra a preocupação com a segurança econômica e ambiental, impulsionando alternativas mais sustentáveis e eficientes no setor automobilístico.