Do ATUAL
MANAUS – Com 1259,3 pontos, o Bumbá Caprichoso é o campeão do 57º Festival Folclórico de Parintins. O Garantido ficou com 1259,2 pontos. O título foi definido na somatória das notas das três noites de apresentação. O Caprichoso saiu na frente com as notas da primeira noite, empatou com o Garantido nas notas da segunda, mas superou o rival por um décimo na apuração das notas da terceira noite de apresentação.
O festival começou na sexta-feira (28) e terminou no domingo (30). É o 26º título do Caprichoso e o terceiro seguido, ou seja, o tricampeonato. O Garantido tem 33 conquistas e é o maior vencedor do festival.
No domingo, o Caprichoso encerrou a participação no festival com o tema “Saberes, o Reflorestar das Consciências”. A exemplo das duas primeiras noites, o bumbá apresentou na arena alegorias gigantescas e com movimentos. Uma delas foi a ‘Lenda Amazônica’ sobre a cultura do povo Macurap, que enfrentou uma grande alagação e teve a missão de proteger o povo da floresta. A obra do artista Alex Salvador transformou a arena em uma floresta.
As alegorias expuseram trabalho perfeito dos artesãos. O item ‘Figura Típica Regional’, dos artistas Makoy Cardoso e Nei Meireles, levou para o bumbódromo os Sacacas, curadores da floresta, que retrataram o poder da cura das ervas medicinais que ultrapassam os limites da ciência. O Caprichoso explorou a questão climática com a participação de líderes indígenas como Vanda Witoto.
O tema do Touro Negro expôs no Bumbódromo a lenda de que no princípio, as deusas e deuses criaram Parintins, território sagrado de encantos e mistérios. Suas gentes, expressão divina da criação, passaram a ser dotadas de saberes e fazeres específicos, um talento cuja vocação se faz presente em cada gesto e em cada canto, em cada palavra e sorriso, um brado de luta e emancipação. “O tema é muito baseado na narrativa do triunfo da vitória da cultura popular”, disse o presidente do Caprichoso, Rossy Amoedo.
Em 2024, o tema do Garantido foi “Segredos do Coração”, falando de origem e ancestralidade. Segundo o presidente Fred Góes, o boi vermelho mostrou o que a Amazônia é e como surgiu, contada a partir do mito do povo indígena Sateré-Mawé.
Pouco antes da apuração, o secretário de de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, Marcos Apolo Muniz, disse que o festival é uma celebração da identidade do povo amazônida. “Aqui não é só a festa pela festa, estamos falando de representatividade da cultura do amazonense, do amazônida, da Amazônia, de geração de emprego e renda, de oportunidades, de economia aquecida, de promoção do estado. É um festival que, como se diz popularmente, rende o ano todo”, disse.