Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – Campanha em Manaus está arrecadando alimentos e itens de higiene básica para crianças que ficaram órfãs na pandemia de Covid-19. Glauce Galucio, idealizadora da ação ‘Eu amo meu Próximo’, afirma que a iniciativa busca pessoas que possam atuar como padrinhos e madrinhas ajudando as crianças, que estão morando com familiares, mas em situação de vulnerabilidade social.
Glauce é educadora e diretora do Ipeds (Instituto de Pesquisa e Ensino para o Desenvolvimento Sustentável). Ela explica que a ideia surgiu após receber pedidos de ajuda em lives da igreja em que frequenta.
“Eu participo de um grupo de mulheres intercessoras, que agora na pandemia se levantou para fazer live de oração. Então foi aí que as pessoas se manifestaram, os familiares, para pedir ajuda através de orações. E as nossas orações agora se tornaram ações também”, diz.
Glauce divulgou um vídeo nas redes sociais pedindo doações. “Hoje eu já estou com um grupo de 60 pessoas que estão me ajudando com cesta básica, leite, fralda, produtos de higiene, brinquedos e roupinhas para as crianças”, diz.
Segundo a educadora, 12 crianças já foram atendidas até o momento. Entre elas, um bebê de um mês. “No caso esse bebê, ele está sob a responsabilidade do pai e da avó, porque a mãezinha dele faleceu”, diz.
Glauce conta que a recomendação médica para alimentar a criança é o leite Aptamil. “Com a união e solidariedade de vários padrinhos e madrinhas doamos leite para cinco meses e meio para o bebê que perdeu a mãe. Lembrando que cada lata de leite custa R$ 50 reais. E a família não tinha condições de manter esse bebê”, afirma.
A educadora esclarece que as crianças estão sob a responsabilidade de algum familiar e não disponíveis para adoção. “Tem outras crianças que faleceram a mãe e o pai, e estão sob a responsabilidade da tia. Tem outras crianças que faleceu o pai e estão sob responsabilidade da mãe. Então essas crianças não estão em abrigo e não estão para a adoção. São crianças que estão no seu seio familiar, porém estão em situação de vulnerabilidade social”, diz.
Como ajudar
As doações devem ser entregues no Ipeds, localizado na Avenida Djalma Batista, nº 4836, bairro Flores, zona centro-sul de Manaus, por agendamento através do telefone (92) 99248-0221. Quem não tem como deixar, pode entrar em contato pelo mesmo número, para que os voluntários da campanha busquem as doações.
Glauce afirma que não estão recebendo dinheiro. “É uma medida para deixar claro à população que o intuito da campanha é garantir a sobrevivência das crianças órfãs e não benefícios próprios”, diz.
Além fraldas, roupas e itens de higiene, e educadora afirma que alimentos são a maior demanda. “Hoje a maior necessidade das crianças são leite, cesta básica e alimentos perecíveis como frango, carne, peixe e ovos”, diz.
Assistência jurídica
Glauce também afirma que os familiares responsáveis pelos órfãos precisam de assistência jurídica para que possam matricular as crianças nas instituições de ensino. “Alguns tios me pediram ajuda porque não têm a guarda deles, que estão sem o pai, sem a mãe. E eles precisam matricular essas crianças para estudar e não têm documentos. Então eles precisam de assessoria jurídica da Vara da Infância e da Juventude”, diz.
O ATUAL procurou a DPE (Defensoria Pública do Amazonas), instituição pública que oferece assistência jurídica de forma gratuita, que informou que nesses casos pode auxiliar através da 1ª Defensoria Pública de 1ª Instância da Infância e Juventude Cível.
Os responsáveis podem entrar em contato através do aplicativo de mensagens Telegram pelo número (92) 98429-0037, disponibilizado pela DPE. O canal de atendimento funciona de 8h às 14h, de segunda à sexta-feira.
Em virtude da pandemia, os atendimentos presenciais estão suspensos e esse é o único contato com a 1ª Instância da Infância e Juventude, informou a Defensoria.