![Durante a sessão, houve uma manifestação de associação com faixas pedindo o fim da violência contra às mulheres (Foto: Divulgação)](https://amazonasatual.com.br/wp-content/uploads/2024/03/camara-de-tabatinga.jpg)
Do ATUAL
MANAUS- Por unanimidade, a Câmara Municipal de Tabatinga (a 1.107 quilômetros de Manaus) aceitou pedido de cassação do mandato do vereador Paulo Berdales (PROS), presidente do legislativo. Nove dos 15 parlamentares votaram na sessão de terça-feira (26) pela aceitação.
A solicitação é do Grupo de Mulheres da Associação Pérolas, que alega quebra de decoro por violência doméstica. A entidade também pediu a inelegibilidade do parlamentar.
A presidente da associação, Aldenora Santos Magalhães, disse que o caso de agressão do vereador à ex-esposa não pode ficar impune. “A ampla repercussão negativa na mídia do Amazonas evidencia a gravidade do caso e a necessidade de medidas enérgicas e exemplares para garantir a integridade e a ética no exercício dos mandatos parlamentares”, argumentou Aldenora.
Uma comissão formada pelos vereadores Lucivaldo Queiroz Testa, do PSL (presidente), Marlem Riglison Silva Ferreira (PL) – relator, e Valdenei Rodrigues de Oliveira (PP) – o Deney (membro), vai analisar o caso. Bardales pode apresentar até dez testemunhas na defesa.
Paulo Bardales é suspeito de agressão à ex-esposa Sayara Bemerguy, que obteve medida protetiva concedida no dia 20 de março pelo juiz Rômulo Garcia Barros Silva, da Comarca de Tabatinga. Paulo Bardales está proibido de se aproximar também de familiares de Sayara. Ela alegou sofrer agressões físicas e psicológicas. Dardales diz que as acusações são falsas e que ele é que foi agredido.
Sayara é filha do atual prefeito da cidade, Saul Bemerguy. Ela tinha 19 anos de relacionamento com Paulo Bardales e alega que a começou a sofrer violência psicológica quando o então marido rompeu politicamente com o pai dela.
O vereador Bruno Nunes, que presidiu a sessão na terça, disse que a quebra do decoro parlamentar inclui também abuso de poder. “No dia do ocorrido, salvo engano por volta das 22h, o vereador Paulo foi até a residência da ex-companheira acompanhado de alguns funcionários da Câmara com o veículo oficial da câmara, para praticar o delito de violência doméstica, contra a mesma”, disse Bruno Nunes.
Bruno Nunes também informou ao ATUAL que um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) foi aberto contra todos os funcionários envolvidos no caso. “Foi aberto também um PAD contra todos esses funcionários por omissão de socorro a vítima, pois os mesmo viram o presidente agredir a vítima e não se envolveram ou pediram ajuda, mesma a vítima gritando por socorro”.
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