Da Redação
MANAUS – Dados sobre mortalidade em 2018, divulgados nesta quinta-feira, 28, pelo IBGE, mostram que os níveis de mortalidade infantil caíram no Amazonas em relação ao ano anterior: eram 17,7 e agora são 17,2 (a cada mil nascidos) as mortes antes de um ano de idade. A expectativa de vida ao nascer aumentou de 72,1 para 72,4 anos, no estado.
Essa diminuição da mortalidade infantil e aumento da expectativa de vida é, no entanto, uma tendência nacional. No Brasil, em 2017, a taxa de mortalidade infantil era de 12,8, decrescendo para 12,4 óbitos, e a expectativa de vida aumentou de 76 para 76,3 anos de idade.
Apesar da diminuição da mortalidade infantil e do aumento da expectativa de vida ao nascer no estado, a projeção 2018 revela que o Amazonas ocupa a sexta posição entre as Unidades da Federação com maior número de mortalidade infantil (17,2 óbitos a cada mil recém-nascidos não completam o primeiro ano de vida). Também possui a sexta pior expectativa de vida ao nascer dentre as Unidades da Federação (72,4 anos). Para os indivíduos de 60 e 65 anos, do Amazonas, a expectativa de vida é, respectivamente, a terceira e quarta mais baixas entre os Estados brasileiros: 20,6 e 17 anos.
A Tábua de Mortalidade 2018 refere-se à projeção oficial da população do Brasil para o período 2010-2060, e permite que se conheçam os níveis e padrões de mortalidade da população brasileira, tendo sido utilizada como um dos parâmetros necessários na determinação do chamado fator previdenciário para o cálculo dos valores relativos às aposentadorias dos trabalhadores que estão sob o Regime Geral de Previdência Social.
Mortalidade infantil no Amazonas
No Amazonas, a taxa de mortalidade infantil foi 17,2 para cada 1000 recém-nascidos. A mortalidade das crianças menores de um ano é um importante indicador da condição socioeconômica de uma região, e com essa taxa, o Amazonas ocupa a sexta colocação entre os Estados com maior número de mortalidade infantil, ficando atrás do Amapá (22,8), Maranhão (19,4), Rondônia (19,2), Piauí (18,0) e Alagoas (17,3). O Brasil apresentou uma taxa de 12,4 óbitos de crianças menores de 1 ano para cada 1.000 nascidos vivos.
Esperança de vida
Um indicador que reflete o nível da mortalidade de uma população como um todo é a expectativa ou esperança de vida ao nascer, pois um recém-nascido pode sofrer riscos de morte em todas as fases da vida.
Para ambos os sexos, o Brasil apresentou uma esperança de vida ao nascer de 76,3 anos. Esse indicador no Amazonas ficou em 72,4, ocupando a 6ª posição dentre as menores expectativas de vida do Brasil.
Já a expectativa de vida de homens e mulheres ficou em 69,1 e 76 anos, respectivamente. Seguindo a tendência nacional e estaduais, esse indicador para os homens foi sempre menor do que para as mulheres em seus respectivos territórios; contudo a expectativa de vida dos homens de Santa Catarina (76,4 anos), a maior do Brasil, é superior à das mulheres do Amazonas (76 anos) e de outros quatro Estados: Roraima, Maranhão, Rondônia e Piauí.
Os maiores diferenciais de mortalidade por sexo refletem os altos níveis de mortalidade de jovens e adultos jovens por causa violenta, que incidem diretamente nas magnitudes das esperanças de vida ao nascer da população masculina. No Brasil, o valor ficou em 7,1 anos de diferença entre a expectativa de vida de mulheres e homens, e no Amazonas, em 6,9 anos.
Considerando 60 ou 65 anos a idade a partir da qual podemos definir os indivíduos como idosos, o Amazonas apresentou uma esperança de vida de 20,6 anos para aqueles que possuíam 60 anos, e 17 anos para quem tinha 65 anos de idade, em 2018. A esperança de vida para as pessoas de 60 e 65 anos coloca o Amazonas como, respectivamente, terceira e quarta expectativas mais baixas entre as unidades da federação do Brasil. De acordo com os dados da pesquisa, no Amazonas, o tempo médio que viverá um indivíduo ao completar 65 anos é 82 anos; 80,6 os homens e 83,5, as mulheres.
Vida longa
A diminuição da mortalidade nas idades mais avançadas fez com que as probabilidades de sobrevivência entre 60 e os 80 anos de idade tivessem aumentos consideráveis entre 1980 e 2018 em todas as Unidades da Federação. No Amazonas, em 1980, a probabilidade era de que a cada mil indivíduos de 60 anos, 310 chegassem aos 80 anos; já na revisão de 2018, essa probabilidade aumentou para 526 indivíduos, sendo poupadas 216 vidas para cada mil que chegaram aos 60 anos de idade.
Mesmo assim, os dados atualizados de 2018 mostram que o Amazonas ocupa uma das posições mais baixas, entre as unidades da federação, também no que se refere à expectativa de sobrevivência entre os 60 a 80 anos de idade: é a sétima probabilidade mais baixa entre a sobrevivência de homens (460 a cada mil); e a quinta mais baixa entre as mulheres (593 a cada mil mulheres de 60 anos chegam aos 80 anos de idade). As maiores probabilidades de sobrevivência são do Espírito Santo, Estado onde 576 homens e 719 mulheres de 60 anos (a cada mil) chegam aos 80 anos.