SÃO PAULO – O Brasil exportou US$ 5,02 bilhões em produtos florestais no período entre janeiro e junho deste ano, um valor correspondente a 10,4 milhões de toneladas. Em termos de cifras, o valor é 1% superior ao mesmo período do ano passado, mas em quantidade o aumento é de 17%. Os principais compradores do Brasil continuam sendo a União Europeia, China e Estados Unidos, segundo dados da CNA (Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária).
De acordo com Pedro Henriques Pereira, assessor técnico de Inteligência da CNA, neste primeiro semestre a União Europeia importou 3,2 milhões de toneladas em produtos florestais – o equivalente a US$ 1,4 bilhão. No caso da China, as exportações brasileiras neste primeiro semestre chegaram a 2,8 milhões de toneladas, o que em valores representam US$ 1,1 bilhão. Já os Estados Unidos compraram 1,7 milhão de toneladas em produtos florestais, ou seja, US$ 1,03 bilhão.
Na avaliação de Pereira, quando é feita a análise de valores, percebe-se que a União Europeia e os Estados Unidos compraram 7% a menos – em termos de valores -, mas quanto ao volume de produtos, houve aumento de 6% e 7%, respectivamente. No mercado da China, a situação foi bem diferente neste semestre: aumento de 23% nos valores e de 43% no volume exportado, quando comparado ao mesmo período do ano passado. “Isso mostra que os preços sofreram uma ligeira queda, mas depois iniciaram uma lenta recuperação”, analisa Pedro Henriques Pereira.
Os dados da CNA apontam ainda que os produtos florestais exportados pelo Brasil são divididos em quatro categorias. Entretanto, esses grupos são desmembrados em produtos específicos, que no caso podem ser identificados em 449 linhas tarifárias diferentes. No entanto, só a celulose é responsável por 55% das exportações de produtos de origem florestal, representando US$ 2,75 bilhões e 6,6 milhões de toneladas.
A boa notícia é que depois da celulose vem a madeira, que hoje corresponde a 26% das exportações florestais brasileiras. Isso significa que o Brasil faturou US$ 1,32 bilhão com a venda de 2,7 milhões de toneladas de madeira serrada. Em seguida, aparece o papel com 19% das exportações de produtos oriundos das florestas plantadas, o que, em termos de cifras representam US$ 945 milhões, em 1,1 milhão de toneladas. O último grupo é o de borracha natural e gomas naturais. Esse grupo representa apenas 0,1% das exportações, gerando US$ 3,8 milhões em vendas e, em volume, cerca de 1,2 mil toneladas.
Segundo Pedro Henriques Pereira, a indústria de base florestal tem características próprias em seu sistema de produção e uma alta produtividade. “A tendência é de aumento das exportações neste segundo semestre também por conta da desvalorização do real diante do dólar. Além disso, a recuperação da economia norte americana vem contribuindo para o aumento das exportações da madeira serrada, além do México e alguns países asiáticos, que passaram a comprar mais do Brasil”, avalia Pereira.
Em termos de importações, no primeiro semestre o Brasil comprou US$ 706 milhões, um valor equivalente a 697,9 mil toneladas no período entre janeiro e junho deste ano. Neste comércio, os principais parceiros brasileiros são os mesmos: União Europeia, China e Estados Unidos. “Esses países respondem por 56% das importações do Brasil em produtos florestais”, complementa Pereira. Contudo, as importações brasileiras, quando comparadas ao mesmo período do ano passado, registraram queda de 29% no valor em dólar e 23% no volume. Entre os principais produtos importados estão o papel (tipo jornal, na maior parte), celulose (de fibra mais longa) e madeiras nobres.
(Da assessoria da CNA)