Senador, que vai disputar o governo do Estado, disse que “não é à toa que os políticos brasileiros têm essa imagem”, ao falar de opositores
MANAUS – O senador Eduardo Braga critica os adversários políticos que no passado recente foram seus aliados e que agora pretendem disputar com ele o governo do Estado, nas eleições gerais deste ano. Questionado pelo jornalista Neuton Corrêa, do jornal A Crítica, se não estranhava as possíveis candidaturas de do vice-governador José Melo (PROS) e da deputada federal Rebecca Garcia (PP) ao governo, Braga respondeu com esta frase: “Eu acho comportamentos estranhos, de forma que não dizem respeito àquilo que se espera numa relação madura. Mas é normal, absolutamente normal diante do que é os políticos (sic). Não é à toa que os políticos brasileiros têm a imagem que têm diante da população.
A entrevista, na integra, foi apresentada na manhã desta sexta-feira, no programa A Crítica Notícia, da Rádio A Crítica, de Manaus.
Braga falou como candidato e, nos bastidores, anunciou que vai “se mudar” para o Estado já a partir de fevereiro, quando terá atuação mais efetiva no Estado para montar a estrutura de campanha. A antecipação dessas ações de pré-campanha deve-se aos “comportamentos estranhos” citados pelo senador na entrevista, que significam, principalmente, o uso da estrutura do governo para alavancar candidaturas como a de José Melo.
“É com muita fé em Deus, com humildade, e acreditando nessa relação com Deus e o povo, e acreditando no projeto que nós fizemos pro nosso Estado que nós estamos chegando com muita vontade para trabalhar no Amazonas”, disse o senador.
Questionado se o grupo que ele formou durante os oito anos de mandato de governador e que esteve unido em torno da reeleição do governador Omar Aziz sairia dividido nas eleições deste ano, Braga teorizou, disse que ainda é cedo e que vai conversar com todo mundo, “com muita humildade”. Confira a resposta do senador: “Como lhe disse, a índole humana e a natureza política é muito circunstancial (sic). As coisas são muito circunstanciais. Portanto, nós temos que ter muita prudência para fazer essa análise. Esse processo só tá começando, e nós sabemos, portanto, que temos que esperar até a hora final desse processo para a gente poder definir quais são os grupos que vão estar juntos e os grupos que não estarão juntos. Mas eu vou falar com todo mundo, vou conversar com todo mundo, com muita humildade, e vou buscar a construção do projeto político que eu creio que é bom para o povo do Amazonas e bom pro Amazonas”.
Em outro ponto da entrevista, o governador aproveitou o tema “prorrogação da Zona Franca de Manaus” para alfinetar a administração do governador Omar Aziz. Ao comentar uma fala do governador de que se a prorrogação da ZFM por mais 50 anos não for aprovada no Congresso Nacional até abril ficará para 2015, o senador disse: “Mais uma razão para que nós tenhamos, no governo do Estado, pessoas que tenham articulações nacionais e que tenham, efetivamente, peso no processo do Congresso Nacional”.
Eduardo Braga também comparou o momento atual de defesa da Zona Franca com o tempo em que esteve no Governo do Amazonas, e novamente critica a política do Estado. “É preciso que o Amazonas perceba que, na minha época, a gente fazia campanhas nacionais mostrando o que era o polo industrial. A própria Federação das Indústrias, as indústrias faziam campanhas nacionais para mostrar a importância do polo industrial pro Brasil, pro Amazonas, pro mundo e pra questão ambiental. Nós estamos perdendo um pouco essa característica, a nível de Brasil, e isso representará cada vez mais dificuldades pra nós. É uma questão estratégica a ser debatida. O meio ambiente pra nós é uma alavanca pra garantir a zona franca. Nós precisamos entender isso. Se nós não entendermos isso, teremos grandes dificuldades no futuro”.
Questionado se o senador fazia uma crítica ao governador Omar Aziz, Braga disse se tratar de um alerta ao povo (traduzindo: ao eleitor): “Não, não, não. Em absoluto. Isso é um alerta que eu estou fazendo para o povo do Amazonas” .