BRASÍLIA – O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta quinta-feira, 15, que o preço da gasolina não deve cair no curto prazo, acompanhando a queda internacional do petróleo. Em entrevista à Globo News, ele foi questionado se o preço da gasolina vai cair no mercado interno. Braga afirmou que o Brasil viveu um período com defasagem entre o preço nacional e o preço internacional da gasolina e que “agora estamos vivendo um momento reverso”. Ele argumentou ainda que a queda do preço do barril de petróleo é fruto de uma situação conjuntural.
“A qualquer momento pode haver mudança na estratégia da Opep em relação a isso”, declarou. Segundo o ministro, o Brasil continua determinado a ser um grande produtor de petróleo. Para ele, o petróleo continuará, nos próximos anos, a ser importante matriz energética, no Brasil e no mundo. Além disso, ele afirmou que o “Brasil precisa estabelecer políticas garantidoras dos investimentos da Petrobras”.
Nos Estados Unidos, onde o preço do combustível oscila de acordo com o preço do petróleo no mercado internacional, o preço do litro da gasolina está custando o equivalente a R$ 1,30. Aqui, o preço do litro custa 2,5 vezes o valor pago pelo consumidor nos Estados Unidos.
Defesa de Graça Foster
Em outra entrevista, à Agência Estado, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, defendeu nesta quinta-feira, 15, a presidente da Petrobras, Graça Foster, e membros da atual diretoria, isentou-os de envolvimento com os escândalos de corrupção envolvendo a estatal e disse estar “otimista” com os rumos da empresa. Para o ministro, a companhia enfrenta uma “convergência de fatores negativos” e seu maior problema é que as empresas contratadas para fazer parte de seus investimentos estão “enroladas” na Operação Lava Jato.
“Até hoje, não há uma prova sequer contra Graça Foster. Até hoje não há uma prova sequer contra esses diretores que aí estão. Não seria justo, vendo o esforço que a Petrobras está fazendo com seus técnicos e sua diretoria, de recuperação de gestão e eficiência, puni-los sem dar a chance para que apresentem os resultados que a Petrobras aponta que apresentará”, afirmou Braga, ressaltando que mudanças no conselho de administração já estão em estudo pelo governo.
A fala do ministro é uma resposta indireta às manifestações do advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, que considerou arbitrária a prisão do executivo nessa quarta e chegou a dizer que, se ele foi preso, Graça Foster também deveria ser. Cerveró foi detido a pedido do Ministério Público Federal, que o acusou de ter realizado transações financeiras para ocultar seus bens.
Braga justificou seu “otimismo” com os rumos da estatal alegando que há “duas Petrobras”, uma que está “sob investigação” e outra que é uma “instituição brasileira”, responsável por parte do planejamento do setor energético.
O posicionamento do ministro ocorre em meio às manifestações do Ministério Público Federal do Paraná, que afirmou que não há indicativos de que o esquema criminoso na Petrobras foi estancado. “Pelo contrário, há notícias de pagamentos de ‘propinas’ efetuados por empresas para diretores da Petrobras mesmo em 2014”, assinala a Procuradoria da República no pedido de prisão preventiva do ex-diretor da área Internacional da estatal Nestor Cerveró, preso na madrugada de quarta-feira.
(Estadão Conteúdo/ATUAL)