
Da Redação
MANAUS – Considerando-se um predestinado e o ‘escolhido’ de Deus, o senador Eduardo Braga (PMDB) atacou o governador cassado José Melo (Pros) na convenção do partido, na manhã desta sexta-feira, 16, que confirmou sua candidatura à eleição suplementar do dia 6 de agosto para o Governo do Amazonas. Em lados opostos na eleição municipal de 2016, Braga disputará o pleito com o ex-deputado estadual Marcelo Ramos (PR) que, após declarar que não seria vice de ninguém, aceitou ser vice do senador. Desunidos no ano passado, agora ambos pregam união. “Nós, eu e o Marcelo, somos diferentes, mas estamos unidos, pensamos iguais. O Amazonas precisa vencer essa crise. O que nos une é vencer a crise, a falta de remédio nos hospitais”, discursou.
“O TSE reconheceu que a eleição de 2014 foi uma eleição roubada. Eu e o Marcelo disputamos aquela eleição contra o Zé Merenda. E o que nós vimos foi uma verdadeira esculhambação de descumprimento da lei e da ordem. A Polícia Federal, a Justiça Eleitoral, gravou, filmou e comprovou que eles não ganharam aquela eleição, eles roubaram aquela eleição”, discursou Braga. “O Zé Melo não roubou apenas as eleições não, roubou a esperança do povo do Amazonas, roubou os empregos dos trabalhadores, ele roubou os remédios, os exames que deveriam ser feitos para salvar a vida do povo”, emendou.
Derrotado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que decidiu por eleição direta, Braga mudou o discurso. “Eu e o Marcelo não queremos assumir como segundo lugar, queremos o voto do povo e ganhar a eleição”, disse. O senador havia pleiteado na TSE assumir como segundo colocado na eleição de 2014. “O Amazonas tem jeito, o que falta é governo, o que falta é vergonha na cara para aqueles que sumiram com o dinheiro da saúde”, declarou.
Umanizzare e promessas
Braga disse que não podia prometer muitas obras, mas apenas um plano de emergência para tirar o Amazonas da crise. “A esculhambação na Umanizzare acaba no dia seguinte que eu assumir. A esculhambação no dinheiro da saúde acaba no dia seguinte e o dinheiro da saúde vai chegar ao interior’, declarou, em referência à empresa que administração os presídios no Amazonas e já recebeu mais de R$ 500 milhões em mais de dez anos. “É preciso ter pulso firme, ter coragem”, disse, referindo-se a si próprio.
Braga repetiu o discurso de pré-candidato ao atacar a saúde e a segurança pública. Conforme o candidato, sua candidatura é uma “missão”. “O Amazonas é um Estado rico porque Deus deu de tudo para o Amazonas. Tem petróleo, gás, minério, floresta, rios. O Amazonas tem jeito, basta ter vontade de fazer”, disse.
“O Amazonas está na UTI não é só na saúde não. Na segurança pública, a violência está um caos. Vive uma crise na violência, no desemprego. São 22% da população de Manaus que está desempregada. Na minha época, quando era governador, nós tínhamos no Distrito Industrial mais de 130 mil empregos. Hoje são menos de 70 mil no Polo Industrial. A construção civil está paralisada, o comércio praticamente falido e o interior está sofrendo com a saúde abandonada, sem emprego e baixíssimo investimento na educação”, discursou, prometendo inaugurar a duplicação da estrada Manaus/Manacapuru que começou no governo de Omar Aziz (PSD), prosseguiu com José Melo e ainda não foi concluída.
Ao confirmar candidatura, Braga se comparou a um messias. “Somos de uma época, eu e o Alfredo (Nascimento, deputado federal do PR), que quando fomos prefeito de Manaus, andávamos aqui nesta região do Alvorada e víamos um povo sofrendo e orando que um dia ia chegar o filho de Deus para tirar o povo da lama e do sofrimento. Um dia Deus decidiu me fazer instrumento da vontade dele e nós fizemos o Prosamim”, declarou.