Da Redação
MANAUS – O candidato a governador do Amazonas Eduardo Braga (MDB) apresentou um plano de governo “enxuto”, mas genérico, ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As alternativas apresentadas para o desenvolvimento econômico do estado são superficiais. No plano de governo de seis páginas, o senador cita cinco setores prioritários: Zona Franca, gás natural, mineração, riquezas da floresta e geração de empregos, mas não especifica o que será implementado.
No primeiro, “Zona Franca do Futuro”, Braga diz que o objetivo é fortalecer o Polo Industrial de Manaus com mais indústrias e geração de empregos. Acrescenta que pretende adaptar o atual modelo, voltando-se para novos produtos, biodiversidade e indústria da transformação.
O candidato cita experiência na gestão do estado e afirma que como senador defende uma política de estímulo aos investimentos em áreas de exceção, como a ZFM. Porém, não explica quais medidas pode usar para concretizar as propostas.
Em relação ao “Gás para o Desenvolvimento”, Braga defende que a exploração do gás natural vá além do uso para geração de energia. “A exploração do gás mais nobre, na industrialização e na indústria de gás química introduzirá o estado no mercado nacional e internacional de fertilizantes sem derrubar uma única arvore”, diz.
Na “Potência Mineral”, o candidato afirma que o Amazonas pode entrar no mercado do agronegócio brasileiro por meio do uso de tecnologias que transformam o minério silvinita em potássio [matéria-prima de fertilizantes]. Para escoar o produto, Braga sugere o corredor
de logística do Rio Madeira e a rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho-RO).
Até o momento, a trafegabilidade na rodovia federal está comprometida, uma vez que não houve a pavimentação do “Trecho do Meio”, de 400 quilômetros de extensão, e do Lote C, conhecido como Lote Charlie, de 52 quilômetros. Em 2020, o então ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, anunciou que em 2021 começaria a pavimentação do Lote Charlie.
O vetor “Riquezas da Floresta” engloba recursos da Amazônia que podem ser novas matrizes econômicas para diversificar e reduzir a dependência do modelo predominantemente industrial da ZFM.
Mas o plano de governo o define somente a “exploração dos produtos florestais madeireiros e não madeireiros de forma racional e inteligente com tecnologias inovadoras para transformar o
interior do Amazonas em polos descentralizados de emprego e renda na macro e na microeconomia”.
Também sem especificar ações práticas, no “Celeiro de Empregos” o senador promete “garantir infraestrutura capaz de transformar o Amazonas no maior celeiro de emprego e renda do país, ancorado na macroeconomia e na economia sustentável na floresta amazônica”.
Eduardo Braga é o candidato ao governo do Amazonas apoiado por Lula (PT), principal adversário do presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa pela presidência. “O alinhamento com o governo federal e a implementação de uma agenda de prioridades concentrada na retomada do crescimento da arrecadação irão reverter o processo de empobrecimento do estado e interromper o avanço dos indicadores de vulnerabilidade da população”, diz.
Confira a proposta de governo de Eduardo Braga completa no site do TSE.