Por Rosiene Carvalho e Valmir Lima, da Redação
MANAUS – O deputado estadual e candidato a vice-governador da coligação “Movimento pela Reconstrução do Amazonas”, Bosco Saraiva (PSDB), disse, em entrevista ao ATUAL, que a Operação Albatroz teve motivação política incentivada pelo Governo do PT para intimidar o governador da época Eduardo Braga (PMDB) a não apoiar a chapa que repete dobradinha neste pleito suplementar: Amazonino Mendes (PDT) e Bosco Saraiva.
“Houve aqui em Manaus, como em outras cidades do País também, operações parecidas para desmoralizar e sepultar alguns políticos. Portanto, a Operação Albatroz que, em um segundo momento, indiciou a mim e a outros honrados homens amazonenses, que na oportunidade estavam secretários do governador da época”, disse.
Bosco afirmou que ficou sabendo posteriormente por membros do partido dele, à época o PPS, que a ação era coordenada pelo então chefe da Casa Civil da Presidência, José Dirceu, preso no processo conhecido como Mensalão e condenado também na Lava-Jato. Segundo Bosco, a estratégia era que apenas candidatos do PT ou aliados do partido vencessem as eleições. Amazonino e Bosco foram derrotados em 2004 pela chapa Serafim Correa e Mário Frota.
“Me disseram que eram determinações de Brasília (…). Eles queriam forçar que o apoiador da época retirasse o apoio da gente. Porque, à época, o então governador [Eduardo Braga] apoiava a chapa Amazonino e Bosco, e eles forçaram para que ele se retirasse da candidatura, e nós achamos por bem continuar porque estamos em um País democrático. Ou o PT ganhava a eleição ou os seus aliados. Essa era uma estratégia para as capitais e grandes cidades brasileiras. Para continuação de poder comprando votos, destruindo o País como foi comprovado anos depois”, disse.
O deputado estadual afirmou que quatro anos depois das investigações ele foi inocentado. Mas admite que teve dano à imagem que até hoje ele atua para reverter.
Atacado sobre a Albatroz assim que o nome dele foi anunciado, Bosco tem dado entrevistas à imprensa munido de papéis com cópias do trecho das decisões e frases resumidas e de impacto sobre a sua inocência na investigação.
O parlamentar afirmou que cada vez que for acusado sobre esses fatos, inclusive durante a campanha, será uma oportunidade que tem de reparar sua honra. E considera que isso tem um peso positivo para a campanha. Bosco, no entanto, admitiu que é um homem de poucos votos e que cumpre na chapa uma função imposta pelo partido. “Sou um soldado do partido. Eu sugeri alguns nomes que eu achei que agregassem mais votos. Eu sou homem de poucos votos”, disse.
O deputado disse que percebe no cabeça da chapa, Amazonino, muita disposição para a campanha e que a divisão das atividades para pedir votos devem deixá-lo mais na capital, por isso resolveu não se licenciar do cargo. Disse que apenas renunciou à Ceap (Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar) para que não pairem dúvidas a respeito dos gastos de campanha.
Bosco disse que o interior ficará a cargo de Amazonino que deve ir aos “principais” municípios. Ele acrescentou que a programação ainda está sendo fechada.
“Eu vou me dedicar à capital e o Amazonino vai fazer mais interior. Ainda não tem o número de viagens que vamos fazer. Ainda estamos programando isso”.
Questionado se um eventual governo dele e de Amazonino não poderá ser confundido com continuidade do Governo Melo em função dos apoios para este pleito, Bosco negou. O deputado disse que não manteve qualquer contato com Melo desde a cassação e que “cada um responde pelos seus erros”. “Ele sabe que errou”, disse.
Confira a entrevista:
Valmir lima: Bosco, essa proximidade com Amazonino Mendes já existia de longa data. Você já tinha participado de gestões de Amazonino não é isso?
Bosco Saraiva: Eu fui candidato a vice em uma composição de chapa em 2004, com o ex-governador Amazonino Mendes, posteriormente eu servi na prefeitura do Amazonino, na última oportunidade eu servi como presidente do Implurb. Cuidei da reestruturação do instituto de planejamento nos moldes que ele está hoje, atendendo inclusive com a instalação naquela sede ali, reunindo todo o planejamento da cidade em único órgão conforme funciona hoje. A partir dali servi como deputado estadual, depois me elegi vereador, fui presidente da Câmara pela terceira vez, entre 2013 e 2014, me elegi deputado estadual e hoje sou do PSDB na ALEAM.
Valmir Lima: Quando o Amazonino Mendes lançou a candidatura no dia da convenção, ele disse que estava trazendo Bosco Saraiva para pagar um dívida, na verdade não foi essa expressão que ele usou….
Bosco Saraiva: Fazer um resgate da minha honra…
Valmir Lima: Isso. Fazer um resgate da sua honra porque houve dois fatos em 2004 quando vocês foram candidatos a prefeito que marcaram a sua história. Um foi a operação Albatroz e a outra foi a prisão no dia da eleição sob a acusação de compra de votos. Vamos falar primeiro da prisão. O que houve ali, Bosco?
Bosco Saraiva: Na verdade, eu fui acusado de fazer carreata no dia da eleição. Havia uma determinação no ano de 2004 foi o segundo ano da administração petista, e houve um planejamento, hoje revelado, que era liberado um planejamento de continuação de poder, posteriormente revelado já no mensalão naquele modes operandi de compra de votos, de compra do congresso, que resulto na prisão principalmente do seu mentor o ex-ministro José Dirceu. Ele era chefe de gabinete civil da presidência da república, ele comandava tudo isso. Foi ele que veio a Manaus naquela oportunidade para determinar quem deveria ganhar as eleições. Durante aquele processo nós fomos vítimas de um movimento stalinista que se instalou no País. Aí o Brasil assistia terças e quintas o nosso povo ser separado entre nós e eles, aquilo que tantas vezes nós ouvimos numa falácia que separou esse belo povo miscigenado que é o povo brasileiro ninguém separa. Foi um momento triste para a nossa vida que graças a Deus a história jogou no lixo. Portanto, houve aqui em Manaus como em outras cidades do País também operações parecidas para desmoralizar e sepultar alguns políticos. Política não é bem assim, qualquer movimento pesado, portanto a Operação Albatroz que em um segundo momento indiciou a mim e a outros honrados homens amazonenses que na oportunidade estavam secretários do governador da época, e que portanto eu …
Rosiene Carvalho: O senador Eduardo Braga.
Bosco Saraiva: O senador Eduardo Braga que era o governador daquela época. Eu já tinha retornado à Câmara e já era membro daquela chapa que era presidida pelo Amazonino Mendes, ele do PFL e eu do PPS. E o indiciamento resultou em uma condenação antecipada que durou 60 dias de processo político muito pesado, uma eleição muito pesada aqui em Manaus. Da operação Albatroz resultou que quatro anos depois, o Ministério Público requereu o arquivamento da ação escrevendo na peça final que eu sofri prejuízos incalculáveis, pessoais e profissionais e pede arquivamento. A justiça acata o arquivamento, diz que nós não deveríamos sequer indiciados e arquiva o processo em 2008, atendendo o pleito do Ministério Público e por tanto restabelecendo a verdade e devolvendo a honra de homens brilhantes como o Isper Abrahim, Ari Moutinho, que hoje é presidente do TCE, engenheiro Elias Gonçalves, e eu incluído. No dia das eleições, seguindo aquele procedimento de vencer as eleições e derrotar os adversários do PT de qualquer jeito, houve algumas situações em Manaus, que é uma situação de política de desmonte, que é uma estratégia, e naquela manhã eu fui abordado no bairro da cachoeirinha por policiais federais que tinham vindo para Manaus como se eu tivesse fazendo carreata. Resultou a hoje desembargadora Nélia Caminha, que naquela época era juíza daquelas eleições, em julho do ano seguinte atendendo também pedido do Ministério Público determinou o arquivamento daquela ação dizendo claramente que não havia carreata nenhuma. Portanto, não houve participação nenhuma minha tanto na operação Albatroz quanto em crime eleitoral nos dias das eleições.Eu tenho considerações a respeito desse episódio. Eu não tenho medo. A verdade é invencível, a inocência é uma companheira fantástica, quando ela está do seu lado. O maior tribunal da gente é o tribunal da consciência, como dizia o meu saudoso amigo Jeffeson Perez, é o da consciência. Se você é inocente e sabe que não praticou absolutamente que vá degenerar sua conduta aí se sai ao vento. Mas quando se vai caluniar, você pega a honra da pessoa e a configuração é a seguinte: você vai para o ponto mais alto da cidade é rasga um travesseiro de penas. O vento espalha essas penas por tudo que é lugar e você passa um bom tempo recolhendo essas penas para devolver ao travesseiro de sua honra. Eu não tenho absolutamente nada contra isso, mas uso essa configuração para dizer que neste momento estou recolhendo mais uma pena para repor no travesseiro da minha honra.
“Mas quando se vai caluniar, você pega a honra da pessoa e a configuração é a seguinte: você vai para o ponto mais alto da cidade é rasga um travesseiro de penas. O vento espalha essas penas por tudo que é lugar e você passa um bom tempo recolhendo essas penas para devolver ao travesseiro de sua honra. Eu não tenho absolutamente nada contra isso, mas uso essa configuração para dizer que neste momento estou recolhendo mais uma pena para repor no travesseiro da minha honra”.
Valmir Lima: Como se dá os bastidores dessa operação Albatroz. Você ficou sabendo que foi uma coisa montada pelo José Dirceu…
Bosco Saraiva: Quem me foi na mesma época, durante o processo eleitoral, quem me falou foram companheiros meus de Brasília do PPS, eles vieram uma semana depois aqui, quando eu sofri o indiciamento eles me entregaram uma dedicatória de um livro, eu tenho isso documento por aqueles velhos comunistas meus amigos do PPS de Brasília, que escreveram que minha honra e minha dignidade estavam tranquila. Me disseram que eram determinações de Brasília e me deixaram já por dentro do processo tranquilo, porque eu sabia que era um movimento político.
“Ou o PT ganhava a eleição ou os seus aliados. Essa era uma estratégia para as capitais e grandes cidades brasileiras”.
Rosiene Carvalho: Era para atingir o senhor?
Boso Saraiva: Era para me atingir porque eu era parte da coisa. Eles queriam forçar que o apoiador da época retirasse o apoio da gente. Porque, à época, o então governador (Eduardo Braga) apoiava a chapa Amazonino e Bosco, e eles forçaram para que ele se retirasse da candidatura, e nós achamos por bem continuar porque estamos em um País democrático. Ou o PT ganhava a eleição ou os seus aliados. Essa era uma estratégia para as capitais e grandes cidades brasileiras. Para continuação de poder comprando votos, destruindo o País como foi comprovado anos depois.
Valmir Lima: A Operação Albatroz descobriu que havia mesmo irregularidades.
Bosco Saraiva: Um deputado já falecido era o centro das investigações. O deputado a época que já inclusive faleceu. O deputado Antônio Cordeiro. Teria cometido crimes de evasão de divisas e fraude em licitação no Estado. Nós fomos envolvidos como se fizéssemos parte de uma quadrilha e nós não tínhamo absolutamente nada a ver com aquilo como ficou comprovado.
Rosiene Carvalho: O senhor diz que ainda está juntando as penas da sua honra. Não pensou em processar alguém para reparar a sua honra?
Bosco Saraiva: Eu poderia fazer se eu tivesse sido condenado, mas eu não fui condenado, eu fui objeto da investigação, o Estado tem o poder sobre a vida do cidadão e eles podem investigar qualquer um, como me investigaram, portanto o dano foi na parte política.
Rosiene Carvalho: Esses danos, como o senhor acaba de relatar, vai ter um peso também esta eleição? Já está sendo usado.
Bosco Saraiva: Um peso a favor.
Rosiene Carvalho. O senhor acha? Vai usar esta eleição para esclarecer mais as pessoas sobre o desfecho?
Bosco Saraiva: Acho. Agora, o peso é a favor. Porque quem tocar no assunto vai ter que ler os documentos, uma de 2008 e outra de 2005. A sentença do dia das eleições que teve o arquivamento dizendo que não teve crime nenhum. E a da operação Albatroz, depois de quatro anos de investigação, é de 2008 e nós estamo em 2017. Portanto, há dez anos atrás, ele está efetivamente sepultado. Não tenho nenhum problema em relação a isso. Cada vez que boto uma pena de volta ao meu travesseiro, é uma oportunidade a mais que tenho de honrar minha família e meus amigos.
Rosiene Carvalho: Para quem eram essas algemas que o candidato Amazonino Mendes fez referência no dia do anúncio da chapa?
Bosco Saraiva: Não são nem para mim e nem para ele, seguramente.
Valmir Lima: Bosco, ninguém esperava que você fosse vice do Amazonino. Surgiram vários nomes, várias apostas. Como ocorreu a escolha?
Bosco Saraiva: Eu participei de todo processo de formação e fortalecimento da chapa, e em razão da decisão do meu partido, e do meu amigo e líder Arthur Virgílio. Eu, inclusive, sugeri alguns nomes, enfim. Ao final resultou que com a colocação de chapa do PDT e PSDB e a formação seria essa, e no final do dia disseram que a formação seria essa em razão da importância do PSDB neste contexto e das boas negociações que seguiram. E da noite da decisão resolveram por unanimidade que meu nome seria o da escolha…
Rosiene Carvalho: O senhor estava presente?
Bosco Saraiva: Estava não. Eu estava até dormindo quando eu soube. Uma hora da manhã.
“Eu sou um soldado do partido. Eu sugeri alguns nomes que eu achei que agregassem mais votos. Eu sou homem de poucos votos”.
Rosiene Carvalho: O senhor disse que sugeriu outros nomes. Acha que teria nomes melhores que o seu para compor essa chapa?
Bosco Saraiva: Dentro da minha… Eu sempre achei … Eu sou um soldado do partido. Eu sugeri alguns nomes que eu achei que agregassem mais votos. Eu sou homem de poucos votos. Eu sou um político de Manaus, com trabalhos urbanos, tenho pouca entrada em pouquíssimos municípios do interior. Muito mais relacionado a questões pessoais do que efetiva atividade política. Eu sou um bom vereador, vi minha cidade crescer nos anos 70, acompanhei desde a ocupação do bairro Coroado. Então, eu servi algumas vezes, acho que cinco vezes, fui três vezes presidente da Câmara, eu tive oportunidade de planejar a cidade em duas oportunidades em 94 que fui presidente da Urbam e em 2009, que fui presidente do Imlurb. Sugeri nomes com entrada no interior que pudessem compor a chapa. Enfim, resultou que todos eles presentes lá foram unânimes e estou aqui como soldado.
“Há outros projetos para o partido, não muito distantes, em que figura nome do deputado Arthur Bisneto. Ele é um jovem promissor e eu já sou um velho”.
Rosiene Carvalho: A informação de bastidor que recebemos é que num primeiro momento a indicação foi o deputado federal Arthur Bisneto, campeão de votos em 2014. Mas que houve rejeição e aí surgiu o seu nome como representante do PSDB com aprovação dos demais aliados.
Bosco Saraiva: Não houve nem veto. Há outros projetos para o partido, não muito distantes, em que figura nome do deputado Arthur Bisneto. Ele é um jovem promissor e eu já sou um velho. Já estou perto dos 60.
Valmir Lima: A ida do Marcos Rotta para o PSDB. O que significa isso. A gente tinha um partido mais focado no Arthur e no Arthur Bisneto que era o ….
Bosco Saravia: O herdeiro.
Valmir Lima: O herdeiro e o presidente do partido. Agora, com o Marcos Rotta, qual vai ser o papel do Marcos Rotta? Isso já foi definido dentro do partido?
Bosco Saraiva: Para você ver como a gente está pensando no partido perto desse raciocínio, na medida que eu sou indicado pelo partido com a possibilidade clara de ser vice governador do Estado e ingressa um homem da estatura do Marcos Rotta no PSDB, evidentemente que a gente está pensando em alargar muito mais o nosso partido e suas atividades aqui no Amazonas.
Rosiene Carvalho: O candidato a vice de Eduardo Braga, Marcelo Ramos, primeiro entrevistado do site, disse que ele aceitou a função de vice com a condição de não ser um vice de gabinete, o mal que acomete todos os vices no Amazonas. O senhor impôs alguma condição?
Bosco Saraiva: Eu não já não sou um homem de gabinete, sou homem da rua, eu tenho essa sensibilidade porque eu vivo na rua, isso me permite comunicação com o povo da minha cidade e o sentimento do que o povo está passando permanentemente, eu não abandono isso.
Valmir Lima: Todo vice-governador, ele almeja ser o governador. O Bosco Saraiva ficará numa eventual não candidatura de Amazonino em 2018? Qual seria o papel do Bosco?
Bosco Saraiva: Eu estou cumprindo uma missão do partido eu estou cumprindo um mandato com meus bons companheiros, estou tendo uma convivência salutar com meus colegas, tenho uma discussão muito boa e muito madura. Estou em um processo legislativo muito interessante, eu to saindo da assembleia para uma missão partidária e para conclusão de um mandato.
Rosiene Carvalho: O senhor vai se licenciar do cargo durante a campanha?
Bosco Saraiva: Não, eu vou ficar. Meu encargos durante a campanha serão em Manaus e isso me permitirá ir a ALEAM todos os dias. Só renunciei foi a Ceap, já fui à tribuna e no dia seguinte dei entrada no pedido informando que não usaria nenhum um centavo durante a campanha eleitoral. Eu acho importante porque sempre que a gente vai fazer uma atividade política há confusão (suspeita) que você está fazendo campanha e esse risco eu não corro. Toda vez que fui candidato quando tive assento, tanto na Câmara como na ALE fiz isso
Rosiene Carvalho: Qual a sua participação no plano de Governo e que ponto o senhor acha mais importe deste plano para um mandato tão curto?
Bosco Saraiva: Pois é. Curtíssimo. Na verdade, é um processo de reconstrução conforme diz o próprio nome da coligação. A gente está aí para conhecer a situação do Estado, porque a gente não sabe, na medida em que a gente chegar lá é que vai se revelar e vamos trabalhar na reconstrução do Estado.
Rosiene Carvalho: Há vários comentários durante essa transmissão, alguns partidários a favor e outro contra. Um diz que o senhor e Amazonino Mendes são candidatos da Maus Caminhos. O senhor acha que o fato de parte da base do Melo apoiar a chapa de vocês torna o governo um continuidade do governo cassado e que é mal avaliado até pela base aliada?
Bosco Saraiva: Absolutamente. Evidentemente que não há nenhuma continuação do Governo Melo, o Amazonino é o nosso candidato com uma proposta nova e eu tenho uma vida independente muito séria na política.
Valmir Lima: Como vocês devem atuar na campanha? Muita viagem para o interior?
Bosco Saraiva: Nós estamos finalizando uma programação com a campanha de 40 dias. Ele está bem ativo, muito bem de saúde e eu to aqui inteiro para que a gente possa dividir esse encargo e cuidar dessa campanha e chegar em todos os pontos do nosso Estado.
“Não tive contato com o Melo. Não fui e não tinha razão de ser. Porque a gente cuida de interesse do povo e não de pessoas. Cada um assume sua responsabilidade. Ele sabe que errou”.
Rosiene Carvalho: O senhor teve chance de falar com o governador cassado José Melo após a decisão do TSE? Alguns deputados prestaram solidariedade a ele.
Bosco Saraiva: Não tive contato com o Melo. Não fui e não tinha razão de ser. Porque a gente cuida de interesse do povo e não de pessoas. Cada um assume sua responsabilidade. Ele sabe que errou. Eu tentei contribuir no primeiro ano, compondo a base de apoio e eu senti dificuldade de conversa, entre parlamentares e o governo. Nossas sugestões eram todas recusadas. Se você conversar com dezenas de deputados da base, que apoiaram o governo, que naquele momento já era de dificuldade, eles vão repetir a história: você levava uma ideia e “não”, “não, não. Era sempre recusada. Deu no que deu.
Valmir Lima: Ele manteve a base forte ainda…
Bosco Saraiva: O governo é sempre poderoso. Sempre mantém.
Valmir Lima: Os deputados aprovaram impostos, inclusive sobre combustíveis e hoje todos os candidatos criticam esta medida.
Bosco Saravia: O PSDB votou contra. Meus discursos foram claros em relação a isso.
Rosiene Carvalho: Como ficou essa divisão da campanha. O senhor vai para o interior? Quantas vezes na semana?
Bosco Saraiva: Eu vou me dedicar a capital e o Amazonino vai fazer mais interior. Ainda não tem o número de viagens que vamos fazer. Ainda estamos programando isso.