
Do Estadão Conteúdo
SÃO PAULO – A Polícia Federal (PF) acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve participação direta na edição da minuta golpista que circulou entre seus aliados após o segundo turno das eleições. Conversas encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, sugerem que Bolsonaro ajudou a redigir e editar o documento.
Em mensagens trocadas com o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, em dezembro de 2022, Mauro Cid afirma que Bolsonaro “enxugou” o texto. “Fez um decreto muito mais resumido”, afirma o ajudante de ordens. “Algo muito mais direto, objetivo e curto, e limitado.”
A versão inicial do rascunho previa, além de novas eleições, a prisão de autoridades, como os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Segundo a Polícia Federal (PF), por sugestão de Bolsonaro, apenas o decreto de prisão de Moraes foi mantido.
A PF deflagrou nesta quinta a Operação Tempus Veritatis e prendeu aliados do ex-presidente suspeitos de envolvimento na empreitada golpistas. O próprio Bolsonaro foi alvo de buscas na ação.