Do ATUAL
MANAUS – O relatório final da CPI do 8/1, que será lido nesta terça-feira (17), terá duas versões: a oficial e a de oposição. A oficial deverá atribuir ao ex-presidente Jair Bolsonaro a responsabilidade intelectual pelos ataques golpistas às sedes dos três Poderes. Aliados do ex-presidente vão concentrar o “tiroteio” político no ministro da Justiça, Flávio Dino, e no ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias.
O embate começou na véspera. Nesta segunda o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) apresentou voto em separado. Seu colega bolsonarista Magno Malta deve ler o documento paralelo. Dificilmente terá algum efeito, pois o governo tem maioria na Comissão Parlamentar Mista.
A estratégia do grupo bolsonarista é atribuir omissão ao governo Lula na invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF. Izalci não inclui no relatório da oposição nenhuma menção ao governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB), e ao ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Izalci pede o indiciamento de Dino por omissão, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, prevaricação, obstrução de justiça por fraude processual, obstrução de justiça por favorecimento pessoal, desobediência, crime de responsabilidade e improbidade administrativa.
O relatório final da CPMI será encaminhado ao Ministério Público Federal e à Procuradoria-Geral da República. Cabe a esses órgãos dar andamento aos pedidos de indiciamento.