BRASÍLIA – O ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, disse que não há demanda que justifique mais orçamento para o Programa Bolsa Família. Terra classifica o programa como “uma causa importante, se não é a maior, da informalidade (do mercado de trabalho), porque as pessoas morrem de medo de perder o Bolsa Família se arrumar um emprego”.
Conforme o ministro, o governo lançará no fim deste mês, possivelmente no dia 29, um pacote de adaptações no programa, para que ele não interfira na formalização do mercado de trabalho. Entre as medidas está a prorrogação do benefício por um período de transição para quem ingressou no mercado formal. “O Bolsa Família é um instrumento para manter as pessoas no momento em que mais precisam, em que não possuem oportunidade de trabalho. Se ela consegue um trabalho remunerado e formal tem que ser incentivada, não pode ser punida com a perda do Bolsa Família. Tem que ter pelo menos mais um ou dois anos do Bolsa Família, até ter estrutura mais estável de emprego. Se ela perder esse emprego, tem que ter de volta o benefício instantaneamente”, disse.
Osmar Terra disse que organismos internacionais, como o Banco Mundial, “estão contaminados com o discurso” de que o governo do presidente da República, Michel Temer, “não se preocupa com os pobres”. Ele rebateu relatório do banco. Em estudo publicado mês passado, o Banco Mundial defende a ampliação do Bolsa Família neste período de recessão para evitar o aumento da pobreza.
(Estadão Conteúdo/ATUAL)