Do ATUAL
MANAUS – A Bioeconomia é o futuro da Amazônia, mas há dificuldades no caminho para alcançá-la porque o conhecimento regional não é aproveitado, afirma Augusto Barreto Rocha, especialista em logística e professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas). Augusto Rocha é um dos autores do livro “Estudos da Bioeconomia no Amazonas”, que será lançado quarta-feira no Cieam (Centro das Indústrias do Amazonas), em Manaus, a partir das 18h.
“Não existe bioeconomia sem juntar o conhecimento científico com o conhecimento tradicional dos ribeirinhos, dos povos originários da região. A bioeconomia precisa juntá-los. Além disso, precisamos da ajuda de uma ação empreendedora”, diz Rocha.
Para o professor, a junção dos conhecimentos exige investimento público e privado. “Só a participação da universidade e das comunidades não é suficiente, vamos precisar de investimentos, de capital privado. E no Amazonas temos poucas empresas dispostas a investir em biotecnologia”, diz.
Para que a bioeconomia seja uma realidade, segundo Augusto Rocha, o primeiro passo é a mudança de mentalidade. “Tem que mudar a mentalidade de todos, do governo, do empresariado, do ribeirinho e da universidade. Todos precisamos evoluir para uma construção sustentável, que perceba e respeite a importância de todos. Não podemos ignorar nenhum participante do processo”.
O livro é resultado de pesquisas de doutorado sobre biotecnologia. Está dividido em cinco seções com dois ou três capítulos cada que abordam o futuro sustentável da Amazônia.
“Os textos do livro são todos inéditos, com uma linguagem menos técnica, para que todos tenham acesso ao conteúdo científico. É fruto de um trabalho de organização, de divulgação científica, orientados por mim e pelos professores Dimas José e Rosana Zau”, diz Augusto Barreto Rocha.
O exemplar fará parte também de uma exposição na 30ª Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas, a COP30, em Belém, em 2024.
Para Augusto Rocha, o agronegócio está se misturando com a bioeconomia e representa um perigo para a Amazônia. “Agente pode repetir o erro que cometeram no Mato Grosso, destruímos o Serrado plantando soja e podemos destruir a Amazônia também. Não podemos cometer o mesmo erro”, alerta.