Da Folhapress
SALVADOR, BA – O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quarta-feira, 14, em Parnaíba (a 335 quilômetros de Teresina) que “bandidos de esquerda” estão voltando ao poder na Argentina.
“Olha o que está acontecendo com a Argentina agora. A Argentina está mergulhando no caos. A Argentina começa a trilhar o rumo da Venezuela, porque, nas primárias, bandidos de esquerda começaram a voltar ao poder”, afirmou.
A declaração fez referência à vitória da chapa formada por Alberto Fernández e Cristina Kirchner nas eleições primárias na Argentina, por 47% contra 32% do presidente Maurício Macri, que é aliado de Bolsonaro.
A referência à Argentina foi feita logo após o presidente afirmar que vai trabalhar para “varrer a turma vermelha” do Brasil e derrotar “a corrupção e o comunismo” nas eleições de 2022.
Mesmo com as críticas à política argentina, Bolsonaro fez questão de destacar em discurso o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. A queda de barreiras para a fruticultura, afirmou, vai beneficiar o perímetro irrigado dos Tabuleiros Litorâneos, que produz frutas na região do delta do rio Paranaíba, no Piauí.
“Agora não terá mais barreira para [a Europa] importar as frutas produzidas no Brasil. A fruticultura aqui de Parnaíba, no Piauí, será pujante.”
Bolsonaro desembarcou no aeroporto de Paranaíba às 10h, de onde saiu para um sobrevoo na região dos Tabuleiros Litorâneos. No retorno, discursou de uma sacada do aeroporto para um público de apoiadores. Vestidos de verde e amarelo e com camisas com a imagem do rosto do presidente, os militantes gritavam “fora PT” e “a nossa bandeira jamais será vermelha”.
Na sequência, Bolsonaro seguiu para o centro da cidade para inaugurar uma escola do Sesc que se chamará Escola Presidente Jair Messias Bolsonaro. Nos dois atos, o mandatário foi acompanhado por um antigo aliado: o ex-governador do Piauí (1994-2001) e atual prefeito de Parnaíba Francisco de Moraes Souza (SD), o Mão Santa.
Conhecido pelo estilo folclórico e por bordões como “atentai bem”, Mão Santa foi governador do Piauí entre 1995 e novembro de 2001, quando foi cassado por abuso de poder econômico durante as eleições.