Da Redação
MANAUS – Mesmo com banco de rim, cirurgias de transplante do órgão em hospital público de Manaus deve ocorrer somente a partir de agosto. Há dois anos esse tipo de transplante não é feito no Estado e o estoque do Amazonas abastece outros estados, disse o secretário de Saúde Rodrigo Tobias, ao assinar, na manhã desta segunda-feira, 6, convênio com o Ministério da Saúde para implantar o programa em parceria com o Hospital Albert Einstein, de São Paulo.
Segundo Rodrigo Tobias, há um banco de rim no Amazonas e profissionais capacitados para realizar esse procedimento, mas por não haver infraestrutura clínica o estoque atende o restante do país. “O nosso sistema de transplante nesses dois últimos anos colabora com o sistema de saúde no sentido de captar esses órgãos e enviar para fora, porque nós não fazemos o transplante ainda”, disse.
A previsão, de acordo com o secretário, é que os transplantes comecem a partir de agosto deste ano no Hospital da Zona Norte. “Essa primeira etapa é de qualificação do nosso quadro assistencial com o Albert Einstein. Por volta do final de agosto, início de setembro, entendemos que todas as etapas do processo estejam cumpridas para que se reinicie os transplantes”, disse.
Custos
De acordo com Rodrigo Tobias, a intenção é que haja uma diminuição nos Tratamentos Fora do Domicílio (TFD). “Hoje o Amazonas contribui com 900 ajudas de custo. Problemas de pacientes renais é, na verdade, uma pequena parcela disso, não chega a 1%. Mas a tendência é trazer para o estado os que precisam de hemodiálise fora”, disse.
A coordenadora estadual de transplantes Leny Passos disse que o TFD gera gastos insustentáveis para o Amazonas. “Nós acompanhamos o custo nesses dois anos que nós não estamos fazendo transplantes. É muito alto e até insustentável caso o estado não retome as cirurgias”, afirmou.
Já o coordenador do programa de transplantes do Albert Einstein, José Eduardo, cita esse fator como um dos motivadores para a vinda do projeto ao Amazonas. “Existe um número muito grande de pacientes com insuficiência renal aqui. Eu soube pelo secretário de saúde que o Amazonas é o segundo estado que mais paga tratamentos fora de domicílio”, disse.
Além disso, ele afirma que o Amazonas tem a estrutura necessária para aplicação do programa e não realiza as cirurgias ainda. “Junto ao Ministério da Saúde identificamos o Amazonas como um estado que não estava realizando o transplante de rim e teria todas as condições necessárias para receber um programa como esse”, disse.
De acordo com o coordenador, médicos do Hospital Albert Einstein acompanharão os clínicos e cirurgiões do Amazonas nos primeiros transplantes.