Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – Jair Souto (MDB), prefeito de Manaquiri e presidente da AAM (Associação Amazonense dos Municípios), pediu a descentralização das ações de saúde de Manaus para outros municípios. Ele participou da sessão extraordinária híbrida da Assembleia Legislativa para discutir a crise da Covid-19 na manhã desta terça-feira, 19.
Souto afirma que todo serviço de maior complexidade exige transferência para a capital. “Se nós queremos uma UTI, se queremos intubar um paciente é necessário que seja transferido para Manaus. Porque até hoje nós não descentralizamos esses serviços”, disse.
De acordo com o prefeito, outros municípios têm condições de ter a estrutura de saúde ampliada. “Nós temos cidades grandes que poderiam estar sendo dotadas já dessa estratégia. Temos Tefé, Tabatinga, Coari, Itacoatiara, Manacapuru”, citou.
Souto alega que isso ajudaria a capital, pois reduziria a demanda de pacientes nos hospitais da cidade. “Descentralizar os serviços de saúde é salvar mais manauaras, porque vai desconcentrar aqui na capital. E tudo se concentra aqui. Nós precisamos fazer isso rápido”, afirmou.
O prefeito afirma que os prefeitos e secretários do interior não foram avisados sobre a possibilidade de faltar oxigênio. Diz que apesar de haver transferências do insumo para o interior pelo governo estadual, o abastecimento ainda está comprometido.
“São muitos anúncios de tantos metros (cúbicos) de oxigênio e hoje falta oxigênio ainda no interior do estado do Amazonas. Por exemplo, ontem (segunda-feira, 18), o prefeito de Pauini clamou por oxigênio porque tinham vidas para serem salvas e ele não tinha acesso ao oxigênio”, disse.
Souto afirma que a produção da Carboxi, empresa que fornece oxigênio ao Estado, destinada apenas ao interior foi confiscada pelo governo estadual.
“Conversando com a Carboxi, os empresários tomaram a decisão de montar uma linha de produção especificamente para o interior. Quando o comando do governo do Estado tomou ciência disso interviu nesse processo, fazendo com que a empresa pudesse entregar todo o oxigênio para que houvesse a distribuição a partir de uma central aqui em Manaus”, afirmou.
O ATUAL entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Amazonas e indagou quantos e quais municípios do interior já receberam oxigênio, quantos cilindros foram enviados e porque o governo estadual interviu na produção da Carboxi destinada ao interior. Até a publicação da matéria não houve retorno.