Da Redação
MANAUS – Pressão por cobrança de dinheiro emprestado a juros resultou na morte da engenheira Andréia Defaveri Vasconcelos, 46, no último dia 3 de janeiro, segundo o delegado Paulo Martins. Após prender o suspeito Jeferson Borges de Souza nessa quinta-feira, 9, a Polícia Civil revelou o que ocorreu no dia em que o corpo da mulher foi encontrado dentro do próprio carro no estacionamento do Hospital 28 de Agosto, no bairro Adrianópolis, zona centro-sul de Manaus.
De acordo com o delegado, Andréia Vasconcelos fazia empréstimos de dinheiro a juros, prática mais conhecida como “agiotagem”. Jeferson de Souza era uma das duas pessoas que trabalhavam para a engenheira fazendo a cobrança dos valores emprestados aos clientes.
Paulo Martins afirmou que, no depoimento, Jeferson alegou que alguns clientes não pagavam na data combinada e os atrasos começaram a “aborrecer” Andréia. “Ela começou a pressioná-lo para tentar receber o dinheiro que estava atrasado na rua”, afirmou Martins.
No dia do assassinato da mulher, segundo o delegado, por volta de 17h, Jeferson decidiu levar Andreia para a frente de um condomínio onde morava um dos devedores, no bairro Santo Agostinho, zona oeste de Manaus.
De acordo com as investigações, ao chegar no local, Jeferson estacionou a moto dele na porta do condomínio e entrou no carro de Andreia. Dentro do carro, o rapaz alega que teve uma discussão com a mulher, “perdeu a cabeça” e a matou asfixiada com o “cinto de pano”.
“Nas imagens nós podemos perceber que o carro dispara o alarme, a buzina. Nós acreditamos que nesse momento ele estava enforcando ela com os pés. Ela se debateu dentro do carro para tentar se desvincilhar dele, mas ele estava no banco traseiro. Ele pegou um cinto de pano que estava dentro do carro dela e a enforcou até desfalecê-la, até matá-la”, afirmou Paulo Martins.
O delegado afirma que Jeferson colocou o corpo de Andréia no banco traseiro e dirigiu o veículo até o bairro Tarumã procurando local para deixar o corpo. “Ele vai ao Tarumã, dá uma volta no Tarumã, no intuito de tentar abandonar o carro em outro local. E, não consegue, resolve voltar, pega a estrada do aeroporto, entra na Torquato Tapajós, segue direto em direção a Recife até chegar no 28 de Agosto”, afirmou o delegado.
Depois de chegar ao estacionamento do Hospital 28 de Agosto, Jeferson voltou para o banco traseiro, onde estava o corpo de mulher, mas a polícia ainda não sabe o que ele fez nesse momento. “Ele diz que não lembra, não quer entrar em detalhes do que ele fez dentro do carro”, disse Martins. A polícia não sabe se tinha dinheiro dentro do veículo.
“Sabemos que, posteriormente, ele sai do carro, tranca o carro, joga a chave fora – inclusive a chave foi encontrada nas proximidades do 28 de agosto, ele mostrou onde tinha jogado -, pega um mototáxi, sai do (Hospital ) 28 de agosto e pede pro mototáxi deixar ele lá onde tinha deixado a moto, no Santo Agostinho”, afirmou o delegado Paulo Martins.
Jeferson disse à polícia que trabalhava com Andréia há um ano e que ela era “violenta”. A versão, segundo o delegado, foi contestada pela outra mulher que também trabalhava para Andréia.
O suspeito foi preso no bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus, e foi indiciado por homicídio.
(Colaborou Jullie Pereira)