SÃO PAULO – A foto de uma jovem negra que não conseguia arrumar emprego por causa do seu cabelo viralizou na internet nesta semana. O que era para ser tema de uma discussão pertinente tornou-se motivo de chacota nas redes sociais, justamente porque as pessoas acreditam que podem transformar qualquer coisa em “meme”, a nova moda dos anos atuais. Acontece que quando um simples “meme” torna-se racismo contra determinada pessoa, a gente tem que parar para entender o que está acontecendo realmente. Se antes as pessoas poderiam praticar o bullying, o racismo, o preconceito em rodas de amigos, agora uma pessoa consegue fazer a mesma coisa com milhões de pessoas instantaneamente e sem qualquer escrúpulo. Já há no Facebook grupos que reúnem pessoas que têm algo em comum, o “ódio gratuito”. Acreditem se quiser, existem comunidades que são pontos de encontros virtuais para que pessoas em massa pratiquem qualquer tipo de ataque de ódio contra uma pessoa. A ociosidade, que é o mal dessa geração, não afeta somente a saúde física, mas também a mental. As crianças já nascem conhecendo um telefone celular, com cinco anos, já conhecem um tablet. Com dez anos já têm uma conta em alguma rede social. Se o cérebro de um pré-adolescente ainda está em formação e ele encontra na internet o ódio, já imaginou como será a formação dessa pessoa? Pois é o que acontece, adultos frustrados, doentes e violentos. É esse tipo de pessoa que não vê problema em destilar ódio nas redes sociais contra uma menina cujo o cabelo é diferente. Com o discurso de que a “opinião” deles não pode ser transformado em “mimimi”, relativizando toda a luta contra o racismo que mata pessoas todos os dias no Brasil. A rede social é a principal incentivadora de crimes como esse, pois ela dá voz a quem antes precisava se esconder para fazer maldade. Hoje ela se sente protegida atrás de um computador ou um telefone celular. A geração do ódio precisa parar.