MANAUS – Encerrado o prazo para os partidos políticos realizarem suas convenções, Manaus acordou nesta quinta-feira, 17, com 11 candidatos a prefeito. Até o dia 15 de novembro, o eleitor terá que decidir por um ou por nenhum deles.
Ter 11 candidatos pode parecer bom para o eleitor, que terá um leque de opções de escolha, mas há mais desvantagens do que vantagens nesse processo.
A democracia é um sistema político que permite a igualdade de condições nas disputas eleitorais, com determinadas regras. Neste caso das eleições, permite que partidos tradicionais e novos, pequenos e grandes, de ideologia X e Y participem do processo, o que resulta na pulverização de candidaturas.
Mas para o próprio processo democrático, um número excessivo de candidatos dificulta, por exemplo, o debate de ideias nos canais mais acessíveis ao eleitorado, como a televisão.
Por outro lado, as regras do jogo impõem derrotas a uns e vantagens a outros. Por exemplo: o tempo de televisão e de rádio não é igual para todos, o que favorece os partidos mais tradicionais.
O eleitor, muitas vezes por falta de tempo, não consegue sequer saber com propriedade quem participa da disputa, e acaba escolhendo seu candidato por influência de terceiros.
Dar ao eleitorado a responsabilidade de estudar as propostas de cada um num grupo de 11 candidatos, é exigir demais de quem mais tem a receber do que a contribuir.
Com as facilidades da internet e das redes sociais, há quem pense que ficou mais fácil o diálogo entre o candidato e o eleitorado. Mas também a enxurrada de conteúdo que se divulga nesses espaços tende a sufocar os menos politizados e a criar desinteresse pelo tema.
Em resumo, há espaço para todos, mas não haverá, certamente, disponibilidade do eleitorado em ouvir a todos, até porque muitos se parecem demais com seus concorrentes.
Para quem não tem paixão pela política e muito menos pelos candidatos, a saída tem sido a seguinte: no primeiro turno vota-se no que considera o melhor, mesmo que não tenha chance de seguir na disputa, e, no segundo turno, quando apenas dois participam, escolhe-se aquele que considera menos pior.
Pior que tudo isso, no entanto, é quando o eleitor olha para os 11 e sente-se sem opção.