Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), afirmou nesta segunda-feira, 18, que o socorro de R$ 12,1 milhões que a prefeitura está dando este ano aos empresários de ônibus para pagar o 13° salário dos rodoviários não irá se repetir. “Não poderei fazer isso ano que vem. Isso não acontecerá de novo. Não pense que isso vai virar moda, porque não vai”, declarou o tucano.
Arthur anunciou nesta tarde que a prefeitura conclui na terça, 19, o pagamento do 13º salário de todos 7.974 trabalhadores das empresas de ônibus. Segundo o prefeito, o município devia recursos às empresas que totalizavam R$ 12,1 milhões. Diante da ameça de greve dos trabalhadores, e da alegação dos empresários de não ter dinheiro para fazer o pagamento este ano, o prefeito decidiu reconhecer e pagar a dívida.
A maior parte da dívida, R$ 7,8 milhões, é referente à gratuidade de passagem em eleições, e o restante, R$ 4,3 milhões, é a soma de duas parcelas de subsídio do transporte que a prefeitura ainda devia às empresas. Arthur disse que a condição para quitar o débito com os empresários foi que o dinheiro fosse depositado direto na conta dos trabalhadores.
O acordo teve o aval do MPT (Ministério Público do Trabalho). O secretário municipal de Finanças, Tecnologia da Informação e Controle Interno (Semef), Lourival Praia, disse que o depósito direto na conta dos trabalhadores foi uma determinação do MPT.
“Com um sistema atualmente deficitário, as empresas de transporte não conseguiram fazer o depósito mensal e assegurar o pagamento do décimo dos funcionários. Além disso, as empresas possuem débitos trabalhistas e de tributos federais e estaduais. Não seria possível repassar esses valores diretamente às contas das empresas”, disse Lourival.
Arthur disse que os empresários que exploram o serviço de transporte público em Manaus precisam dizer se o negócio em Manaus está dando lucro ou prejuízo. Segundo Arthur, se não há lucro, as empresas podem deixar a cidade e abrir espaço para outras que queiram atuar no lugar.
“Manaus quer gente que sirva Manaus. Se alguém está insatisfeito, não tem porque não arrumar as malas e sair de Manaus. Se o negócio é tão ruim, não dá dinheiro, que cada um siga seu rumo, para que a gente possa fazer uma licitação e trazer para cá quem estabeleça as condições de cumprir conosco tudo aquilo que empenharem”, afirmou Arthur.
O prefeito disse ainda que vai cobrar das empresas a promessa de entregar 300 ônibus novos, com ar-condicionado. Os veículos, segundo Arthur, são uma das garantias que ele cobrou para poder aumentar a passagem de ônibus de R$ 3,50 para R$ 3,80. “Até agora só entregaram 40 ônibus, e sem ar-condicionado”, reclamou o tucano.
Segundo o prefeito, como os ônibus não chegaram, ela também não vai cumprir sua parte no trato, que era o de todo mês de janeiro negociar um reajuste da tarifa. “É um jogo assim: vocês (empresários) ficam leso para um lado, eu fico leso para o outro. Pronto, a gente não anda mais e quem perde com isso é a cidade”, disse Arthur.
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