Da Redação
MANAUS – Aprovados do concurso público de 2018 da Seduc (Secretaria de Educação do Amazonas) reclamam da demora no atendimento para avaliação de exames de saúde devido à falta de médicos no Sistema de Junta Médica, na Rua Igarapé de Manaus, no Prosamim, Centro. Foram 3,7 mil nomeados no Diário Oficial do dia 21 de outubro deste ano para exercício do ano letivo de 2020.
Na manhã desta segunda-feira, 11, uma aglomeração de pessoas no local gerou insatisfação. Além da demora no atendimento – apenas com dois médicos -, os aprovados reclamaram da falta de vagas para agendamento no site, que só tem disponibilidade para o próximo ano.
Entretanto, as posses e procedimentos de lotação estão previstos para acontecerem entre os dias 23 de dezembro de 2019 e 15 de janeiro de 2020. A avaliação dos exames é uma das últimas fases para que possam tomar posse, já que o documento da junta médica é o que declara se o indivíduo está apto ou não para exercer o cargo. A maior preocupação é que o prazo ultrapasse o limite estabelecido pela própria Seduc.
Gustavo Raposo, presidente da Associação dos Aprovados em Concurso Público do Amazonas, diz que já esperava isso, pois segundo ele a junta não tem capacidade de atender uma grande quantidade de professores. “O grande problema é que o número de médicos que está atendendo não supre a necessidade da grande demanda que é esse concurso público da Seduc”, disse.
Raposo afirma que no local estão pessoas de Manaus, interior do Amazonas e de outros estados. “São pessoas do interior, Ipixuna, Boca do Acre, tem pessoas de outros estados, Roraima, Acre. Enfim, estão passando situações complicadas porque na junta médica no site do órgão não tem vagas disponíveis para esse ano mais”, disse.
A situação é mais delicada para os aprovados do interior, que estão arcando com despesas por conta própria. “Queremos é que resolvam a situação de quem vem do interior, porque estão gastando de R$ 1 mil, R$ 1,5 mil, R$ 2 mil vindo de interiores distantes que não têm condições de se manter. Tem pessoas que estão dormindo há três noites aqui na junta médica e não conseguem de nenhuma forma um atendimento”, dise Gustavo Raposo.
Consultada, a Seduc informou que a questão está sendo vista desde a última sexta-feira, 8, está tomando as providências necessárias e que nenhum aprovado será prejudicado. O cronograma será flexibilizado para que nenhum convocado deixe de assumir e o atraso no atendimento se deve ao grande número de aprovados no certame.
Transtornos no Prosamim
A professora Sandra Silva, que chegou à junta médica às 6h para ser atendida, afirma que a grande quantidade de pessoas no local causou transtornos para os moradores do Prosamim. “Os moradores estão reclamando porque não tem lugar para a gente estacionar. Colocaram a junta médica para cá mas não providenciaram nenhum tipo de estacionamento. Então a gente tem que estacionar nas vagas deles. Ainda há pouco um morador disse que isso aqui é deles que vão tomar providências”, disse Sandra Silva.
A professora reclama do baixo limite de pessoas atendidas por cada médico e do atendimento incompleto. “Eu fui atendida por uma médica agora que ela nem homologou a minha perícia. Ela vai homologar depois porque não tem computador”, diz.