Por Pedro S. Teixeira, da Folhapress
SÃO PAULO – A Apple anunciou nesta terça-feira (12) o iPhone 15, nova linha de smartphones da empresa que chegará aos Estados Unidos na próxima XX. Os celulares receberam atualização na câmera principal, que agora é de 48 MP, no processador e no conector, agora USB-C.
A empresa apresentou os produtos em seu evento Wonderlust, realizado em Cupertino, Califórnia, que incluiu o lançamento da nova linha do Apple Watch.
O iPhone 15 vai manter as quatro versões, como na geração anterior: iPhone 15, 15 Plus, 15 Pro e 15 Pro Max. Os lançamentos da empresa de tecnologia não costumam ser globais, e nos últimos anos os iPhones mais recentes chegaram ao Brasil com cerca de um mês de atraso.
Neste lançamento, a empresa dobrou a aposta no luxo. A Apple dedicou os incrementos nos aparelhos de ponta -iPhone 15 Pro e Pro Max. Ambos receberam melhorias no acabamento, agora com titânio, e no desempenho gráfico e computacional.
Com isso, o preço do iPhone 15 Pro Max atingiu recorde e subiu para US$ 1.199 (R$ 5.934, sem contar impostos), US$ 100 (R$ 498) a mais do que o valor de venda anterior do iPhone 14 Pro Max.
Os aparelhos mais caros inovam no conjunto de câmeras, agora com zoom ótico de 5x, contra 3x da geração anterior e dos iPhones 15 e 15 Plus. Isso diminui a necessidade de intervenção computacional nas imagens. As chamadas lentes periscópicas equipadas no iPhone ampliam a distância focal com uma câmara de reflexão, sem necessidade de aumentar a espessura do aparelho.
O novo jogo de câmeras também trabalha melhor com baixa luminosidade, de acordo com a Apple.
Na primeira adaptação de formato para os óculos de realidade aumentada da Apple, os novos iPhone Pro também vão gravar “vídeos espaciais”, que podem ser vistos com o Vision Pro.
A Apple também equipa os iPhones 15 Pro e 15 Pro Max com o novo processador A17 Pro, construído com precisão exclusiva no mercado de 3 nanômetros em busca de desempenho e, também, economia de bateria. A fabricante de smartphones fechou contrato de exclusividade com a fabricante taiwanesa de chips TSMC pela tecnologia durante este ano para manter um diferencial ante a concorrência.
O acabamento dos modelos de ponta muda do aço inoxidável vulnerável a marcas de dedo para o mais precioso titânio, o qual também diminui o peso do celular. A tela se afila em direção às extremidades dos novos iPhones Pro e Pro Max. A traseira em vidro fosco permanece, com uma ligação mais suave aos elementos metálicos.
Nos aparelhos Pro e Pro Max, a empresa aposentou o botão “mute”, lançado com o primeiro iPhone em 2007, e adotou um novo botão de ação personalizável. Usuário poderá ligar ao comando diferentes funções, como silenciar o aparelho, ligar a lanterna ou abrir a câmera.
A nova geração de celulares da Apple agora passa a adotar o padrão USB-C, mesmo disponível nos smartphones Android mais recentes. A mudança visa adequação às diretrizes do regulador europeu, que sancionou a Apple por adotar padrões de formato diferente da concorrência, o conector lightning. Será a primeira mudança na entrada de dispositivos da empresa desde 2012.
Os iPhones 15 e 15 Plus, por sua vez, devem ser equipados com os chips A16 Bionic, já disponíveis na atual geração de smartphones da Apple de versão Pro.
Também permanece o conjunto de duas câmeras traseiras -a grande-angular passa a ter 48 megapixels (contra 12 megapixels do antecessor) e ultra-angular continua com 12 megapixels.
Os aparelhos ganham a a interface Dynamic Island, que amplia a área de interação da tela, já presente no iPhone 14 Pro.
A nova linha de iPhones está disponível em tons pastéis de azul, verde, vermelho, amarelo e branco. Os aparelhos Pro e Pro Max têm opção de acabamento em titânio em tonalidades preta, branca, cinza e azul.
O sucesso das escolhas da gigante da tecnologia para a nova linha de iPhones podem ser decisivas para o desempenho da fabricante de dispositivos eletrônicos, após um ano com resultados aquém do esperado.
A Apple resistiu à desaceleração nas vendas de smartphones melhor do que a maioria dos fabricantes. Embora suas remessas de celulares tenham caído em 2% no último trimestre, de acordo com a IDC, o resultado é melhor do que o declínio de 15% sofrido pela Samsung Electronics. O desempenho ajudou a Apple a ampliar um pouco sua participação de mercado.
Todo o setor de smartphones está em baixa, e a Apple não ficou imune. As vendas lentas do iPhone reduziram sua receita geral, que este ano deve cair pela primeira vez desde 2019.
Na última semana, a Apple perdeu quase R$ 1 trilhão em valor de mercado em apenas dois dias, após o governo chinês anunciar que restringiria o acesso de funcionários públicos a iPhones.
Nesta terça-feira, os papéis da empresa negociados no índice Nasdaq, em Nova York, mantinham a tendência de queda, com baixa de 1,26%.
O iPhone é a maior fonte de receita da Apple, gerando cerca de metade de suas vendas. Se acrescentarmos o Apple Watch e os AirPods, que também terão modelos atualizados revelados no evento, essa proporção chega perto dos 60%.
Novos smartwatches
A Apple também anunciou a nona geração do Apple Watch, com processamento 30% maior. O Series 9 usa o chip S9, que promete autonomia da bateria de até 18 horas.
Além disso, a assistente virtual Siri agora funcionará diretamente no vestível, e não mais na nuvem. Isso permite, segundo a empresa, comandos mais simples sem a necessidade de conexão à internet, com tempo de resposta mais rápido.
A nova geração de relógios também receberá uma função de encontrar o iPhone do usuário a partir de sensores. A tela do relógio ainda terá brilho duas vezes superior que a do Series 8.
O relógio da Apple também ganhou nova função: o usuário poderá interagir com o aparelho ao juntar o polegar com o indicador, no recurso chamado “Double Tap”. O dispositivo usa aprendizado de máquina para detectar o movimento, a partir de mudanças no pulso e na corrente sanguínea do usuário.
O Apple Watch Ultra 2 custará US$ 799 (R$ 3.955, sem contar impostos), e o Apple Watch Series, US$ 399 (R$ 1.975, sem contar impostos).
Na atual Series 9, a Apple também trocou as pulseiras de couro para materiais mais sustentáveis, como o tecido “FineWoven” -feito com nylon reciclado e poliester. Segundo a empresa, este é seu primeiro produto neutro em emissão de carbono. A mesma mudança também será aplicada ao novo Apple Watch Ultra 2, voltado para atividades intensas.
A Apple promete tornar todos os seus produtos neutros em emissões até 2030.
Produtos anunciados pela Apple
iPhone 15
iPhone 15 Plus
iPhone 15 Pro
iPhone 15 Pro Max
Apple Watch Series 9
Apple Watch Ultra 2