Da Redação
MANAUS – Após dizer que “se pudesse voltar no tempo, não aceitaria a vacina” contra a Covid-19, o vice-reitor da Ufam, Jacob Moyses Cohen, divulgou uma “nota pessoal” em que diz que é do grupo 1 de prioridade definido pelo Ministério da Saúde no Plano Nacional de Imunização e que não furou fila ao receber o imunizante.
Jacob Cohen, médico oftalmologista, 73 anos, recebeu a primeira dose da vacina no dia 20, quarta-feira, no Hospital Universitário Getúlio Vargas, onde ele é lotado como médico, mas não dá expediente regularmente.
Na nota pessoal, ela afirma que é “do grupo 1 de prioridade constante na linha e ordem de imunização”. Diz ter 73 anos e ser portador de uma doença pulmonar que o caracteriza como do grupo com morbidade.
“Além de ter 73 anos de idade (a mesma de outro professor da Faculdade de Medicina também vacinado), sou portador de TPOC (doença pulmonar) e estarei, a partir do mês de março, professor que estará em sala de aula do curso de Medicina de Coari.”, escreveu.
Na nota, Jacob Cohen também diz que presta, gratuitamente, atendimento à comunidade da Ufam na área de oftalmologia, clínico e de urgência, lidando com o público diretamente.
No entanto, o primeiro item da nota derruba os argumentos seguintes: o PNI determina que no grupo 1 de prioridade deveriam ser imunizados os trabalhadores da saúde que estão na linha de frente da Covid-19, principalmente pela quantidade escassa de vacinas nesse primeiro momento.
No caso do HUGV, pessoas que trabalham diretamente com doentes infectados pelo novo coronavírus deixaram de receber a primeira dose da vacina, enquanto outros que não prestam esse tipo de serviço foram imunizadas, caso do professor Jacob Cohen.
Abaixo, a nota:
“NOTA PESSOAL – MÉDICO JACOB COHEN
Como forma de dirimir dúvidas acerca da minha imunização na ação de vacinação no Hospital Universitário Getúlio Vargas, informo que:
- Como consta no portal do Ministério da Saúde e seguindo o Plano Nacional de Imunização PNI), devem ser vacinados trabalhadores da saúde (em que estou incluído), população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência e população indígena, esses, seguidos de outras três fases. A informação mencionada consta aqui: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/vacinacao-contra-a-covid-19-sera-feita-em-quatro-fases.
- A organização da campanha dentro do HUGV convocou médicos que atuam no HUGV, entre eles, eu Jacob Cohen.
- A princípio, 1.200 doses da vacina seriam disponibilizadas para o HUGV, sendo que deste total 405 foram distribuídas no turno da manhã e outras 200 chegaram ao HU no turno da noite. Todas elas, cadastradas, identificadas e os dados, repassados à Semsa.
- Eu, Jacob Cohen, sou do grupo 1 de prioridades constantes na linha de ordem de imunização. Além de ter 73 anos de idade (a mesma de outro professor da Faculdade de Medicina também vacinado), sou portador de TPOC (doença pulmonar) e estarei, a partir do mês de março, professor que estará em sala de aula do curso de Medicina de Coari.
- Eu, Jacob Cohen, presto, gratuitamente, atendimento à comunidade da Ufam na área de oftalmologia, clínico e de urgência, lidando com o público diretamente. Nos últimos dois anos, atendi a mais de 500 pessoas, tendo contato com outras pessoas.
- Eu, Jacob Cohen, também sou médico coordenador da Residência Médica do Instituto de Oftalmologia, orientação que não se suspendeu durante a pandemia.
Ademais, respeitosamente e entendendo o momento, defende que todos os profissionais da saúde sejam imunizados, ressaltando que nossa missão é a de resguardar vidas.
Manaus, 23 de janeiro de 2021.”
Esse médico Jacob Cohen NAO atende no ambulatorio Araújo Lima, ocupa cargo de vice reitor apenas. Deveria dar exemplo isso sim.
Medico Jacob Cohen que furou a fila da vacina no HUGV não atende no ambulatorio e muito menos na linha de frente do covid19