MANAUS – Sarahah chegou de repente e se tornou uma febre. Quase que da noite para o dia, o aplicativo lançado em fevereiro deste ano e que até há algumas semanas era popular apenas no Oriente Médio e no norte da África chegou ao Brasil e virou o assunto no Brasil.
Pelo menos 90% das pessoas que eu sigo no instagram e facebook aderiram ao aplicativo e respondem às perguntas ou elogios através de prints divulgados por eles quase sempre no Stories do IG.
Mas o que parece ser bobo pode ser na verdade um grande problema, já que a pessoa pode falar o que quiser de forma anônima. Um verdadeiro convite ao ódio. Eu escrevi sobre uma pesquisa onde abordavam o motivo pelo qual as pessoas eram tão viciadas em redes sociais, a pesquisa revelava que as pessoas gostavam de julgar ainda que em silêncio os posts dos seus amigos.
Acontece que deram voz à essas pessoas, com esse aplicativo quem ainda usava filtro social para não te xingar ou tentar te colocar “pra baixo” sentem-se livres para fazer isso sem que você saiba a sua identidade.
Em uma geração tão problemática, depressiva e com problemas com a auto-estima não demorou muito para que relatos aparecessem, de pessoas que receberam mensagem de ódio e até ameaças. Tantos projetos e campanhas para que a criança e o adolescente passem longe do “bullying” vão por águas abaixo quando pessoas adultas concordam e apoiam aplicativos do tipo que nunca deu certo e que nem de longe veio para ser positivo.