Por Karina Matias, da Folhapress
SÃO PAULO – Um ano após a morte de Gugu Liberato, a numeróloga Aparecida Liberato, 66, afirma que é ainda muito difícil lidar com a perda do irmão mais novo e que sente um “buraco na alma”. “A dor é a mesma de antes e de agora, não diminuiu nada”, diz ela em entrevista à reportagem.
O apresentador morreu aos 60 anos, no dia 21 de novembro de 2019, após sofrer um acidente doméstico na sua casa em Orlando, na Flórida. Logo após o falecimento, Aparecida relata que teve muitos sonhos com ele. Em todos, diz ela, Gugu aparece bem, “nunca triste”.
Em um deles, a numeróloga diz que é como se ele tivesse passado um recado para ela. “Sabe esses sonhos que você está ansiosa, tudo é uma bagunça e parece sem solução? Você quer arrumar as coisas e não consegue. Não lembro qual era a situação, mas lembro que ele apareceu, estava bem e fez um comentário mostrando para mim que as coisas podem ficar bem, que aquela bagunça que eu sentia ia se normalizar”, detalha.
Aparecida também afirma que costuma invocar o nome do irmão com frequência. “Chamo ele pelo nome, peço que, de alguma maneira ele mostre os caminhos, nos ajude aqui também”. A numeróloga diz que não poderia comentar sobre a disputa judicial, que tramita em sigilo, envolvendo a família do apresentador e Rose Miriam, mãe dos três filhos de Gugu. Aparecida é a inventariante do espólio do irmão.
Metade dos bens dele foram transmitidos obrigatoriamente aos seus filhos, João Augusto, Sofia e Marina. Já a segunda metade, o apresentador dividiu, deixando 75% para os três e 25% para cinco sobrinhos.
Rose Miriam briga para que a sua relação com o apresentador seja reconhecida e, assim, possa ter direito à herança dele. A batalha judicial deu origem a uma série de desavenças. A mãe de Gugu, Maria do Céu, disse que Rose e Gugu nunca tiveram nada e que ela estava destruindo a família com a disputa.
Aparecida Liberato diz que neste um ano sem o irmão, ela procurou se dedicar ainda mais à mãe. “Foi um ano assim de reclusão. Quando a gente se reúne [a família], lembramos muito dele, falamos muito sobre ele. Mas não está fácil, está bem difícil.”
A dor, relata ela, tem sido amenizada com o apoio dos amigos e dos fãs do artista. A campanha Gugu Vive, lançada na quinta-feira passada, 19, para incentivar a doação de órgãos, também tem ajudado a minimizar o luto, afirma a numeróloga.
“Sou espiritualista, o caminho dele não terminou aqui na terra, continua. O que ele sempre fez na vida foi trazer inspiração, trazer luz, trazer alegria para as pessoas. Ele continua fazendo isso, trazendo luz para outras pessoas que receberam os órgãos dele.”
Atendendo a uma vontade de Gugu, seus órgãos, tecidos e ossos foram doados e beneficiaram cerca de 50 pessoas, segundo informação divulgada pela Our Legacy, instituição que cuidou de todos os trâmites referentes ao processo de retirada, conservação e intermediação da doação aos pacientes necessitados.
“Eu acredito muito que se ele veio e foi tão precocemente é porque há algum motivo. E eu sinto muito, muito, muito mesmo pela minha mãe e pelos filhos dele que estão crescendo e que o pai, o Gugu, não vai ver tudo que eles vão fazer na vida”, finaliza.