Da Redação
MANAUS – O ex-governador Amazonino Mendes costurou um acordo com as direções nacionais do PT e do PV para se filiar ao Partido Verde, mas o acordo foi abortado por forças políticas no Amazonas, neste sábado, último dia para os que querem disputar as eleições de outubro se filiar a um partido político.
Com a impossibilidade de se filiar ao PV, o ex-governador confirmou a filiação ao Cidadania, de acordo com a assessoria dele.
O ATUAL apurou que o ex-governador acertou com a direção nacional do PT e a cúpula do PV que formaria no Amazonas o palanque que Lula necessita para a disputa presidencial. O problema é que a filiação dele incomodaria diversos atores políticos que também estão com Lula.
O próprio presidente estadual do PT, deputado estadual Sinésio Campos, atuou para minar a filiação de Amazonino. O petista teve o apoio do deputado Carlinhos Bessa, presidente estadual do PV, e do dirigente do PCdoB, Eron Bezerra.
Sinésio e Bessa têm boas relações com o governador Wilson Lima (União Brasil) e trabalharam para impedir que o ex-governador tivesse apoio de um candidato nacional como Lula, o que poderia fortalecer a candidatura ao governo do Amazonas.
Eron Bezerra tinha outro motivo para não querer a aliança. Uma fonte ligada à esquerda no Amazonas informou que a preocupação era que Amazonino trouxesse para o grupo dele o vereador Amon Mandel, que quer disputar vaga de deputado federal. Isso atrapalharia os planos da ex-senador Vanessa Grazziotin (PCdoB), que também vai disputar vaga à Câmara dos Deputados.
Outro político que atuou nos bastidores para impedir a filiação de Amazonino ao Partido Verde foi o senador Omar Aziz (PSD). Um dos motivos, foi proteger a candidatura de Vanessa. Outro, é que o senador também tem interesse no fracasso da candidatura de Amazonino.
No PT local, apesar de Amazonino historicamente ter sido um adversário, o gesto de Sinésio Campos foi encarado como desobediência ao PT nacional. O argumento dos críticos internos de Sinésio é de que ele impediu que se formasse o melhor palanque para Lula no Amazonas.