Da Redação
MANAUS – Ao confirmar candidatura ao Governo do Amazonas, na convenção do PDT na manhã desta sexta-feira, 16, o ex-governador Amazonino Mendes disse que recusou o ex-deputado estadual Marcelo Ramos (PR) como vice. “Ele se habilitou para ser o meu vice, mas eu não quis. Eu não quis porque eu sou coerente”, disse. “É uma pessoa que tem a língua baixa, critica todo mundo, é jovem ainda e tem muito que aprender. E agora ele está sofrendo um vexame triste. Está sendo vice de alguém (senador Eduardo Braga-PMDB) que ele criticou muito, ofendeu, falou mal. Eu não sei com que cara se apresenta ao povo”, declarou Amazonino, em discurso para plateia de correligionários e eleitores.
“Essa eleição é para 12 meses de governo. Este momento está sendo confundido por muitos políticos. Todo mundo é candidato e tem político que se contradiz desavergonhadamente. Hoje é água e amanhã é óleo. A coerência é uma apanagem inafastável do político que quer ser respeitado. Não é o momento para carreiristas, oportunistas”, afirmou.
Com o slogan “Um governo para arrumar a casa”, a coligação de Amazonino está sendo chamada de “movimento pela reconstrução do Amazonas”. Os principais partidos que compõem a coligação são o PDT, PSD, PSDB e DEM. Outros partidos de menor expressão política ainda devem se unir aos quatro, mas os acordos ainda estavam sendo fechados nesta sexta-feira. Até segunda-feira, quando encerra o prazo para pedidos de registro de candidatura, esses partidos podem se unir à chapa.
Vice do PSDB
Amazonino confirmou o deputado estadual Bosco Saraiva (PSDB) como seu vice na eleição do dia 6 de agosto, reafirmando a aliança com o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB). “Fiz questão de buscar um vice para provar que o Bosco Saraiva foi vítima de uma armação. Essas algemas não são para ele, minha gente. Vocês sabem para quem é”, disse Mendes, referindo-se à prisão de Saraiva, na eleição de 2004, por suspeita de compra de votos, mas foi inocentado. Conforme Amazonino, adversários vem usando o fato para desqualificar seu vice.
Bosco Saraiva já foi secretário de Amazonino Mendes entre de 2009 a 2010. Na ocasião, quando Amazonino era prefeito de Manaus, Bosco chefiou o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb). Com a oficialização da chapa, PSDB e PMDB, que caminharam lado a lado nas últimas eleições municipais, ficam em campos opostos na disputa pelo governo do Estado.
O ex-governador disse que aceitou ser candidato devido ao momento político no Estado. “Não estaria aqui se não fosse a necessidade”, disse, ao negar que seja líder de grupo político. “Eu não tenho grupo político, eu não represento grupo político. Eu sou o Amazonino que vocês conhecem, o Amazonino e o povo”, discursou.
“Não vou disputar maratona”
Amazonino disse que não entrou na disputa eleitoral para ser mais um. “Eu não vou disputar maratona, eu vou governar. Que esta eleição traga pelo menos esperança na casa dos humildes, daqueles que estão totalmente desamparados. Não é o cambalacho político, as negociatas de bastidores. Esse tempo passou. É um novo momento”, disse. “É um instante que Deus nos deu para salvar o nosso querido Estado do Amazonas”, declarou.
Antes de encerrar o discurso, Amazonino disse que dará maior atenção a saúde, educação e segurança pública. “Eu quero me ligar com o povo, quero acabar com as filas dos hospitais, que as escolas tenham mais dignidade”, disse.
Presidente estadual do PDT, o deputado federal Hissa Abrahão disse que Amazonino representa a experiência administrativa. “A eleição suplementar não é um momento de festa em virtude dos problemas que o Amazonas passa, mas é um momento de se conscientizar e mostrar para o Estado que há uma opção. É uma eleição na qual aquele que for eleito passará 12 meses como governador, para que o próximo possa receber tudo de forma mais organizada. E o Amazonino Mendes é uma pessoa que sabe fazer política e já conhece a máquina pública por dentro”, disse.