Da Redação
MANAUS – Ao votar, na manhã deste domingo, na Sefaz (Secretaria de Estado da Fazenda), na zona centro-sul de Manaus, no segundo turno da eleição suplementar ao Governo do Amazonas, o candidato Amazonino Mendes (PDT) disse que campanha eleitoral “foi suja” e que o adversário, senador Eduardo Braga (PMDB), não proporcionou as condições de debate.
“A nossa campanha primou por ser uma campanha limpa, digna, altiva, honesta, sincera exatamente com esse objetivo, respeitando o eleitor. Ao reverso, nós não tivemos o mesmo comportamento do lado adversário. Isso chegou ao clímax dele fazer mais de quatro mil inserções no rádio e na televisão difamatórias, injuriosas e sem nenhum sentido eleitoral, verdadeiro, positivo, honesto e digno para o povo discernir. Esse comportamento não permitiu que eu fosse aos debates, debater propostas. Não houve propostas, foi uma campanha suja. Em sinal de protesto eu deixei o adversário falando só”, disse.
Amazonino disse que a singularidade da eleição suplementar gerou um alto índice de abstenção no primeiro turno: 24,53% (569.501 eleitores faltaram às urnas). “A verdade é que atravessamos uma campanha absolutamente singular, diferente. Isto induz também a abstenção”, disse.
O ex-governador atribuiu esse desinteresse do eleitor ao descrédito nos políticos, que ele considera geral. “Nós temos também um País que está absolutamente atônito com o que os políticos fizeram com a administração pública. Um País descrente, nós pertencemos a este país e o Amazonas também se desgovernou de forma tal que a própria população, hoje com 300 mil desempregados, também partiu para essa campanha descrente. Nós temos um dever enorme de restaurar a confiança no processo político. É preciso valorizar a política de forma correta porque sem o caminho político é ditadura. O único caminho para uma nação moderna é a democracia”, disse.
Amazonino disse que, caso eleito, será mais um ‘organizador político’. “Eu quero dar minha contribuição honesta, não apenas como governador, mas como organizador político. O homem que vai primar pela restauração da dignidade política do Estado, não apenas a reconstrução do Estado, caso seja vitorioso.
Sobre a composição do governo, o candidato afirmou que pretende valorizar o mérito. “O político tem que ficar a reboque do mérito e não o mérito a reboque do político. O governo não será uma colcha de retalhos formado por indicações políticas. O que a gente quer fazer é valorizar efetivamente o espírito público. Nós precisamos de políticos verdadeiros no sentido correto da palavra. A política é a arte mais nobre do ser humano, pois é através do político que a sociedade sobrevive e se organiza”, disse.