
Por Marcelo Moreira, do ATUAL
MANAUS – O tempo das viagens de barco no Amazonas ficou mais longo devido a seca dos rios. A Marinha informou que monitora a descida das águas e orienta comandantes de embarcações a reduzirem a velocidade a fim de evitar encalhamento em bancos de areia.
O comando da Marinha na região informou que não registrou ocorrências desse tipo neste ano no estado, mas que, por causa da estiagem, alguns trechos dos rios são considerados críticos para navegação.
Com o aumento do tempo das viagens fluviais e a impossibilidade de navegação em alguns trechos, municípios que decretaram situação de emergência, como Envira, Itamarati, Tefé, Benjamin Constant e São Paulo de Olivença, sofrem os impactos da seca como desabastecimento de alimentos e encarecimento de produtos essenciais.
A Portaria 158, publicada no dia 18 de agosto deste ano pela Marinha, informa que os trechos mais propícios a ocorrências de encalhamento durante a seca são: Rio Amazonas; passagem do Tabocal e foz do Enseada, no Rio Madeira; Rio Solimões; e foz do Rio Purus.
Quando feita em regiões consideradas críticas, a navegação deverá ocorrer apenas no período diurno com a profundidade local menor ou igual a 1,5 vezes o calado (a distância entre a quilha do navio e a linha superficial da água) da embarcação.
Também deve ser observada a FAQM (Folga Abaixo da Quilha Mínima), que deve medir de 0,5 a 1,0 metro, principalmente em embarcações com cargas perigosas e/ou de elevado potencial poluidor.
O capitão de corveta da Marinha, Rodolfo Aurélio Santos Resende, que é chefe do CFAOC (Departamento de Segurança do Tráfego Aquaviário da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental), disse que o órgão realiza fiscalizações diariamente em todos os portos do Amazonas, por meio de seis agências instaladas no estado, e que este ano 600 embarcações foram notificadas por não disponibilizarem colete salva-vidas ou por falhas na operação.
“A gente recomenda bastante atenção nesse período. Redução de velocidade: às vezes, passa com uma velocidade acima do permitido para aquele momento. Quanto mais rápido você anda, menor é o tempo de reação”, disse Rodolfo Aurélio.
“Hoje, eu não tenho nenhum caso de encalho de embarcações. Normalmente, quando são projetadas as embarcações, já pensam nesse tipo de eventualidade”, acrescentou.
Monitoramento
Na última quarta-feira (13), a Marinha lançou o aplicativo NAVSEG, que usa o sinal da rede de telefonia celular para acompanhar a posição em tempo real de navios, em que passageiros e tripulantes usam a plataforma. Os dados são monitorados pela Capitania dos Portos.
Segundo a Marinha, em caso de necessidade de salvamento, será possível identificar e localizar mais facilmente a embarcação em perigo e providenciar o envio de socorro.
O NAVSEG está disponível, gratuitamente, nas plataformas de Android e IOS.