Da Redação
MANAUS – Em setembro, o Amazonas registrou um crescimento de 1115% nos casamentos realizados no estado em relação ao mês de abril, período mais crítico do isolamento social. Os dados constam na Central Nacional de Informações do Registro Civil, base de dados dos atos praticados pelos cartórios de registro civil do país, administrada pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais).
Em abril deste ano, foram realizados 79 casamentos em território amazonense, número 80% menor que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando houve 396 celebrações. Já setembro foi o mês responsável pelo recorde desde o início da pandemia, com 960 casamentos feitos pelos cartórios, superando, inclusive, em 32% as uniões realizadas no mesmo mês do ano passado.
O cenário atual fez com que o mês de setembro se tornasse o período com mais registros de matrimônios desde março, superando, inclusive, o mês de maio, conhecido tradicionalmente como o mês das noivas, fato que não ocorria desde 2018, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em maio foram celebrados 347 matrimônios no estado, 339,24% a mais que em abril. Em junho, houve 24% a mais de celebrações que no mês anterior, com 431 registros. No mês seguinte, julho, os casamentos saltaram para 739, um aumento de 71% com relação ao mês anterior. Em agosto, os números continuaram aumentando no Amazonas, com a realização de 849 casamentos.
Quando comparados os índices de casamentos celebrados no Estado em 2019 e 2020, mês a mês, vê-se que as quedas vêm diminuindo, também, de abril a setembro. Em abril, a diminuição foi de 80% (396 em 2019); no mês de maio, a diferença passou para 45% (641 ano passado); em junho, a queda foi de 15% (511 em 2019); em julho, houve aumento de 4,5% (707 no ano anterior). Em agosto, o crescimento foi de 11,5% (foram 761 casamentos em 2019). Já em setembro, o incremento foi de 32% (727 cerimônias no ano anterior).
Segundo Marcelo Lima Filho, presidente da Anoreg (Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas), os dados mostram que os fluxos de realizações de casamentos estão voltando a crescer, mesmo durante a pandemia.
“Tivemos uma queda significativa em abril, logo que começou a pandemia do novo vírus, porém, aqui no Amazonas as cerimônias presenciais foram suspensas e passaram a acontecer via videoconferência. Muitas pessoas não aceitaram a modalidade estipulada, então, começaram os agendamentos para os meses posteriores, principalmente para setembro, como podemos verificar com esse número de quase mil casamentos”.
Desde 27 de maio, quando a CGJ (Corregedoria-Geral da Justiça do Amazonas) publicou o Provimento n.º 348/2020, os casamentos também passaram a ser realizados de forma online. A norma instituiu que os atos devem ocorrer através de sistema de videoconferências. No encontro virtual, os noivos devem estar online com duas testemunhas, o oficial de registro e o magistrado ou o juiz de paz para o ato ser oficializado com os mesmos requisitos que o casamento realizado no cartório.
Além disso, iniciativas como a realização de casamentos em sistema conhecido como “drive-thru” emergiram por todo o país, proporcionando a realização do sonho do matrimônio, mas com a mínima interação física, sem que o casal saia de dentro do carro.