Por Feifiane Ramos, do ATUAL
MANAUS — Entre 2021 e 2023, o Amazonas registrou uma significativa redução na proporção de pessoas vivendo na extrema pobreza. A porcentagem de habitantes sobrevivendo com menos de R$ 12,98 por dia caiu de 16,2% para 6,6%. Em números absolutos, representa uma redução de 665 mil para 279 mil pessoas, ou seja, 386 mil a menos.
Os dados, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (4), mostram um avanço na redução dos extremos de pobreza no estado, mas também representam desafios persistentes. Apesar da queda, o Amazonas ainda apresenta índices preocupantes quando comparado à média nacional e a outras regiões do Brasil.
No mesmo período, a população estadual cresceu de 4,103 milhões para 4,221 milhões, evidenciando um cenário de melhora proporcional no enfrentamento da pobreza extrema.
Pobreza em outras linhas
Com base na linha internacional de pobreza de R$ 41,63 por dia, 1,9 milhão de pessoas no Amazonas ainda estavam em situação de pobreza em 2023. Esses números reforçam a desigualdade enfrentada pelo estado em comparação a outras regiões do país.
Quanto ao rendimento domiciliar per capita, o Amazonas apresenta uma média de R$ 1.166,00, abaixo tanto da média nacional (R$ 1.848) quanto da Região Norte (R$ 1.302). Na região, o estado ocupa a penúltima posição à frente apenas do Acre (R$ 1.074). No Tocantins, a renda é de R$ 1.544, e em Rondônia R$ 1.523, rendimentos consideravelmente superiores.
Bolsa Família
O público potencial do Programa Bolsa Família no Amazonas — pessoas com rendimento abaixo de R$ 218 — somava 331 mil em 2023. A linha de pobreza extrema incluía 279 mil pessoas, enquanto a do BPC (Benefício de Prestação Continuada) abrangia 720 mil indivíduos.
Quando considerada a metade do rendimento médio, indicador associado aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), 1,7 milhão de pessoas estavam na pobreza no estado, número próximo ao estimado pela renda de R$ 41,63 (1,9 milhão de pessoas).
Manaus
Em Manaus, a proporção de pessoas em extrema pobreza também apresentou redução, passando de 9,7% em 2021 para 3,9% em 2023. Apesar disso, o rendimento domiciliar per capita médio de R$ 1.500 ainda coloca Manaus abaixo de outras capitais da Região Norte como Belém (R$ 2.262), Macapá (R$ 1.889), Boa Vista (R$ 1.620) e Palmas (R$ 2.513).
No panorama nacional, o Distrito Federal lidera com o maior rendimento domiciliar per capita (R$ 3.215), seguido por São Paulo (R$ 2.414) e Rio de Janeiro (R$ 2.305). Entre as capitais, Florianópolis (R$ 4.099) e Vitória (R$ 3.703) se destacam como as cidades com maior rendimento médio, evidenciando a concentração de renda nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.