Da Redação
MANAUS – O Amazonas é o terceiro estado com mais policias mortos por Covid em 2020. Foram 50 vítimas, sendo 26 militares e 24 civis. O Rio de Janeiro lidera com 65 mortes, Pará registrou 53 e São Paulo, 48 óbitos. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Pela função que exige presença frequente nas ruas, os policiais militares ficaram mais expostos e foram os mais atingidos. De acordo com o Anuário, 636 deles foram afastados após infecção pela doença. Entre os policiais civis, 68 foram afastados do trabalho. Durante a pandemia, os policiais militares realizaram serviços de transporte de pacientes e cilindros de oxigênio.
A polícia também é responsável por fazer as fiscalizações de festas clandestinas, bares e restaurantes. O sargento Itamar Amaral, de 32 anos, foi infectado pela Covid em março de 2020 e ainda não retornou ao trabalho. Ele está afastado da corporação para tratar sequelas deixadas pela doença. “Tenho certeza que fui infectado durante o trabalho, eu estava atendendo ocorrência normal e atuando na fiscalização de aglomerações na cidade”, disse.
O sargento tem dores fortes na coluna desde que trabalhou no batalhão Raio (Resposta de Apoio e Intervenção Operacional), em 2010. Com a Covid, as dores se intensificaram impossibilitando seu serviço. “Vivo à base de remédios diários para dor e inflamação da coluna”, disse.
Os servidores da segurança pública tiveram prioridade na vacinação contra a doença. As vacinas foram disponibilizadas em 28 de março. Apesar dos riscos, dados da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde) mostram que, até segunda-feira (23), nem todos receberam a primeira dose.
Os servidores da segurança incluem policiais militares, civis, federais, servidores do Detran, Bombeiros, Defesa Civil e Polícia Rodoviária.
De acordo com a FVS, o número é de 15.546, no total. Destes, 12.222 receberam a primeira dose e apenas 8.950 receberam a segunda dose. Apenas 12 receberam dose única.