Da Redação
MANAUS – O Amazonas é o segundo pior Estado em infraestrutura, perdendo apenas para o Amapá, de acordo com o estudo ‘Desafio dos Estados’ da consultoria Macroplan e divulgado pelo portal Exame. O Estado obteve nota 0,462 em uma escala que vai de 0 a 1. O Amapá, em último, ficou com 0,376. Pará (0,569), Acre (0,476) e Tocantins (0,583) completam o ranking dos piores.
A pesquisa avaliou as condições estruturais dos Estados em transportes (rodovias), parques de energia elétrica e serviços de telecomunicações no período de 2004 a 2014. Não houve evolução do Amazonas em uma década. Em 2004, segundo o levantamento, o Estado oferecia condições de infraestrutura razoáveis, mas piorou de lá para cá.
Com 93,5% de suas rodovias pavimentadas e o melhor desempenho no setor de energia e banda larga, São Paulo ficou com nota 0,958 em primeiro lugar. O Rio de Janeiro, que está em segundo lugar, ficou com nota de 0,848 – mais de 100 pontos a menos que os paulistas. Os números da Macroplan revelam um salto no setor na última década. Em 2004, a situação era crítica em 18 Estados, que marcavam uma taxa menor ou igual a 0,548, considerada crítica pelo estudo. Em 2014, apenas cinco estavam nessa situação.
Indicadores ruins na infraestrutura contrastam com melhorias na educação. O Estado era o 15° em 2004 no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e subiu para décimo em 2014. No período entre 2005 e 2015 a nota subiu de 2,4 para 3,7. Como resultado, o Estado saiu da última para a 9ª posição no ranking entre as Unidades da Federação. Em 2005, a distância para Minas Gerais, primeira posição no ranking daquele ano, era de 1,4 pontos. Em 2015, essa distância para São Paulo, primeiro colocado, diminuiu para 0,5 pontos.
Um revés acentuado foi registrado na saúde pública. O Estado ocupava o 14° lugar em 2004 e caiu para o 22°, em 2014. Também recuou em desenvolvimento econômico.Em 2004, ocupava a o 13° lugar e, em 2014, passou para o 15°. Nos indicadores sociais, o Estado teve desempenho negativo de 1,4% caindo 17 posições no ranking.
Um dado bastante positivo foi obtido na taxa de mortes por acidente de trânsito de 13,1 por 100 mil habitantes em 2014. Foi a menor taxa do país, abaixo, inclusive, da média na Região Norte (22,11) e da média nacional (22,06). Um ponto negativo foi o índice de 16,2%, em 2014, o segundo pior em déficit habitacional, melhor apenas que o do Maranhão (20,4%). O Estado ocupava a 25ª posição no ranking em sete indicadores: qualidade das rodovias (12,6% em 2015), proporção de rodovias pavimentadas (41,6% em 2015), qualidade da energia (37,5) e horas de interrupção (55,0hrs) em 2014, desigualdade de renda (0,529 em 2014), gravidez precoce (20,9% em 2014) e taxa de congestionamento da justiça de 1º grau (83,8% em 2014).
Conforme a Macroplan, gargalos na infraestrutura inibem investimentos e dificultam o desenvolvimento econômico e social. Os avanços estaduais nos últimos 10 anos não foram suficientes para tirar o Brasil do quadro de atraso no setor. Segundo cálculo da consultoria InterB para o anuário Exame de Infraestrutura, o país precisaria investir R$ 340 bilhões em 20 anos seguidos para chegar a um patamar de infraestrutura semelhante ao de países como Portugal.