Por Felipe Campinas e Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – Alunos de faculdade particular de Manaus que foram vítimas de golpe de aproximadamente R$ 500 mil por um grupo de estelionatários terão que pagar novamente as mensalidades, segundo o delegado Fabiano Pignata. Conforme as investigações da Polícia Civil, o grupo prometia descontos nas mensalidades que fossem pagas a eles no dinheiro, mas o pagamento à faculdade era feito com uso de cartões clonados.
“A instituição abriu um processo administrativo justamente para chamar os alunos para efetuar o pagamento. Aí vai ser feito uma ação de cobrança pela instituição. Os alunos vão ter que pagar”, afirmou Fabiano Pignata, que alegou proteção à imagem da empresa para não revelar o nome.
A polícia começou a investigar o golpe a partir de denúncia da empresa, em 2018, sobre as fraudes nos pagamentos das mensalidades de acadêmicos. Na ocasião, foi constatado que o grupo pagava mensalidades dos cursos dos acadêmicos com cartões de créditos clonados.
Foram presos Levino Souza Evangelista Filho, 34, Adriana Saraiva Salgado, 34, Ayrton Freire Salgado, 25, Fernando Fernandes de Oliveira, 40, Giovanna Costa Perdigão, 25, e Tatiane Pires dos Santos, 30, por suspeita de integrar o grupo criminoso. Segundo o delegado, alguns deles são alunos e ex-alunos da instituição.
As investigações identificaram que a seleção dos alunos era feita dentro das instituição através de proposta de desconto de até R$ 200 no pagamento das mensalidades. Segundo Pignata, a indicação da opção de pagamento com desconto era feita entre os próprios alunos da instituição. No entanto, eles alegam que não tinham conhecimento de que se tratava de um ato ilícito.
“Eles faziam a cooptação de alunos que estudavam, onde os alunos, na dinâmica criminosa, efetuavam o pagamento para eles em dinheiro vivo, lógico, com descontos, e logo após isso acontecia o pagamento no sistema da instituição via cartão clonado”, afirmou Fabiano Pignata.
O delegado Adriano Félix afirmou que o grupo já aplicou golpe de R$ 200 mil em uma empresa de eletroeletrônicos de Manaus em maio deste ano. “A partir daí descobrimos quem é o chefe da associação criminosa, que seria o David e o Levino, e a gente fez o link com essa fraude ocorrida na faculdade”, afirmou o delegado.