Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – Dom Leonardo Steiner, novo arcebispo de Manaus, afirmou que a agressividade ao Executivo, Legislativo e Judiciário está fragilizando a democracia no Brasil. “Existe uma agressividade tão grande aos três poderes que, devagar, estamos fragilizando a nossa democracia”, disse, em entrevista em Manaus nesta quinta-feira, 28.
O arcebispo diz que somente criticar a política diminui a sua importância dentro da sociedade. “E talvez o maior problema político que estamos vivendo é termos denegrido a política, termos dito que a política é podre. A política é vital para uma sociedade, a política, e mesmo os partidos, são vitais para uma sociedade”, disse.
Após morar oito anos em Brasília, Leonardo Steiner afirma que em contato com políticos no Congresso Nacional viu bons e maus exemplos, e que por isso não se deve generalizar todos os parlamentares. “Acabamos colocando todo mundo dentro de um mesmo cesto, todo mundo na corrupção, o que não é verdade”, disse.
O líder religioso criticou a imprensa, afirmando que os meios de comunicação têm ajudado a denegrir a necessidade da política, falando mal dos políticos, mas também da política. “Um momento difícil da política, onde nós estamos trabalhando na base da agressividade, das notícias falsas, estamos tentando governar o país na base de notícias falsas, na agressividade violência. Isso não constrói um Brasil”, afirmou.
Steiner também criticou a reforma trabalhista do governo. “Cada vez mais os pobres vão sendo marginalizados, cada vez mais os trabalhadores vão sendo marginalizados. A chamada reforma trabalhista, diz-se que teria um aumento de empregos, não aconteceu. Veja que a sociedade foi enganada”.
Leonardo Steiner diz que a visão crítica é boa, mas é preciso pesar a importância dos três poderes. “Nós podemos discordar de um determinado ministro, senador, deputado, presidente, mas nós não podemos colocar em rico, em jogo, o Executivo como tal. Não podemos colocar em jogo o Judiciário como tal, podemos criticar porque existem problemas, e o Legislativo como tal”.
Continuação
O novo arcebispo, que assumirá a arquidiocese no dia 31 de janeiro de 2020, afirmou que continuará os trabalhos de dom Sérgio Castriani, sobretudo temas polêmicos. “Pode esperar um bispo que quer se inserir, estar presente, um bispo que quer levar adiante o plano pastoral que dom Sérgio organizou e dinamizar a nossa arquidiocese. Será como é atualmente, uma igreja muito presente na sociedade, abordando as questões conflituosas, violência, drogas, desmatamento, a questão indígena e prisões”, disse Steiner.
(Colaborou Alessandra Taveira)