MANAUS – Nos últimos dois meses cresceram os casos de dengue, Covid-19 e doenças virais em Manaus, levando milhares de pessoas às unidades de saúde e paralisando suas atividades produtivas.
Segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FGV/AM), cresceram os casos de arboviroses em Manaus, principalmente da Dengue, com mais de 1000 casos confirmados até metade de fevereiro.
As arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos. As arboviroses mais comuns em ambientes urbanos são: Dengue, Chikungunya e Zika, transmitidos pelo mosquito Aedes Aegypti.
Apesar dessas doenças existirem o ano inteiro, nos períodos de mais chuvas, os mosquitos se proliferam com mais intensidade, favorecendo a reprodução e transmissão. Por isso, a preocupação e cuidados em não deixar água parada nos quintais, nos pneus, em vasos, em locais que favoreçam a procriação de mosquitos.
Outra doença arbovirose que cresceu muito em Manaus foi a Febre Oropuche, que é uma doença parecida com a Dengue, que causa febre alta, dores de cabeça, musculares e nas articulações, calafrios, às vezes acompanhados de náuseas, vômitos e erupção cutânea.
E esse vírus é transmitido pelo mosquito maruim.
Segundo a FVS, já são 672 casos da Febre Oropuche só este ano. Três vezes maior que em 2023. E os exames feitos em laboratório poderão diferenciar esta doença em relação à Dengue.
Ao mesmo tempo que ocorrem a Dengue e a Febre Oropuche, também as doenças respiratórias continuam neste período. É o caso da Covid-19. Já são quase 2.800 casos em Manaus, nos últimos dois meses.
A FVS recomenda, nestes casos confirmados, o uso de máscaras e álcool em gel, ficar em casa até desaparecer os sintomas. E, se agravar, procurar serviço de saúde. Como a Covid-19 tem vacina, assim, quem tem esquema vacinal atrasado deve procurar atualizar para evitar o agravamento da doença
A grande novidade é a vacina para a dengue. O Amazonas já recebeu um lote de 78 mil doses, para apenas 12 municípios, incluindo Manaus. Mas o público a ser atendido será de 10 a 14 anos de idade. Foi anunciado um aumento de fabricação de vacinas, mas não virá tão cedo.
Cabe às autoridades da saúde pública fazer o enfrentamento dos mosquitos causadores das doenças, com insumos, equipamentos, inseticidas.
Assim como as campanhas de prevenção e orientação da Prefeitura e do Governo do Estado precisam ser mais intensas para envolver a sociedade toda no enfrentamento dessas doenças, pois é melhor ter gastos com prevenção, que serão menores dos que os custos com o atendimento médico, internações e tratamento.
Além de que há um grande prejuízo para as famílias com as doenças, seja com remédio, cuidados, como na paralização das atividades, do trabalho, o que compromete a saúde financeira da família e tem reflexos na economia da cidade.
José Ricardo Wendling é formado em Economia e em Direito. Pós-graduado em Gerência Financeira Empresarial e em Metodologia de Ensino Superior. Atuou como consultor econômico e professor universitário. Foi vereador de Manaus (2005 a 2010), deputado estadual (2011 a 2018) e deputado federal (2019 a 2022). Atualmente está concluindo mestrado em Estado, Governo e Políticas Públicas, pela escola Latina-Americana de Ciências Sociais.
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