
Por Henderson Martins/Da Redação
MANAUS – O advogado Euler Carneiro apresentou à Câmara Municipal de Manacapuru (a 86 quilômetros de Manaus) pedido de impeachment do prefeito Beto Dangelo (Pros) por possível pagamento de folha fantasma de mais de R$ 1,9 milhão, uso da máquina pública em campanha eleitoral e demissão de servidores no período da eleição.
“Foi criado uma folha de pagamento para guardas municipais, mas verificamos que a prefeitura não dispõe dessa guarda municipal. Verificamos junto ao TCE-AM (Tribunal de Contas do Estado) que a prefeitura vem efetuando o pagamento de janeiro a dezembro de 2017, cerca de R$ 1,9 milhão com a folha de pagamento de aproximadamente 80 pessoas”, disse o advogado.
Euler Carneiro disse que esses pagamentos foram feitos por meio de 14 notas de empenho e que os números das notas estão em relatório anexado ao pedido de impeachment, ao qual o ATUAL teve acesso.
Outro ponto, segundo o advogado, tem relação com uma carreata de apoio ao governador Amazonino Mendes (PDT), candidato à reeleição, no dia 1° de outubro. Conforme Carneiro, agentes do Intrans (Instituto Municipal de Transportes de Manacapuru) conseguiram abastecimento de graça para veículos de familiares participarem do evento.
Carneiro anexou gravações em áudio e vídeo sobre o envolvimento da direção do órgão no caso. “O celular do diretor do Intrans foi apreendido e o procurador da comarca de Manacapuru pediu a remessa do processo, por se tratar do governador do Amazonas”, disse o advogado. “Foi constatado em Manacapuru que houve abuso de poder econômico. Parte desse abastecimento foi financiado por caixa 2 e outra parte, paga pelo CNPJ do Intrans”, afirmou. Segundo ele, notas ficais e recibos do posto de gasolina também estão no relatório.
Nos áudios, o diretor-presidente do Intrans, Elvis Lemos, comenta em um grupo no WhatsApp que vai aguardar o pessoal às 13h no Intrans para que sejam abastecidos os veículos ‘adesivados’. Em outro áudio, o diretor pede a confirmação dos servidores para a ida na carreata para definir a quantidade de combustível.
Outro lado
A prefeitura de Manacapuru informou que não foi notificada sobre a denúncia e disse que irá emitir um posicionamento assim que tiver conhecimento do processo.