Por Marcelo Toledo, da Folhapress
RIBEIRÃO PRETO-SP – O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos criticou nessa quarta-feira, 11, proposta recebida por meio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) de reajuste salarial dos empregados da Embraer na cidade do Vale do Paraíba.
Conforme a categoria, a proposta da Embraer foi de pagar abono de R$ 2.500 aos funcionários, sem nenhum reajuste salarial. O sindicato, por sua vez, chegou a pedir 12% no início da campanha, além de manutenção de garantias, mas baixou a proposta para a correção pela inflação e um aumento real, a ser definido.
O encontro desta quarta, na sede da Fiesp, foi o terceiro entre as partes. Para o diretor do sindicato André Luis Gonçalves, o Alemão, a Embraer demonstrou ter como objetivo congelar os salários e retirar direitos dos empregados nas unidades de São José. “Além de oferecer apenas o abono, a empresa ainda quer que, para aceitar, a categoria abra mão de cláusulas que vetam a terceirização e permita o fim de direito à estabilidade para funcionários lesionados”, afirmou.
Para outras cinco empresas ligadas ao setor aeronáutico – quatro de São José dos Campos e uma de Jacareí-, também representadas pela Fiesp na mesa de negociação, a proposta de abono é de R$ 1.000, sem aumento nos salários. As seis fábricas empregam 14.500 trabalhadores, de acordo com a categoria.
O sindicato pede 3,28%, referentes a correção inflacionária pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), reajuste real e a manutenção das cláusulas coletivas. No ano passado, a categoria teve aumento de 3,64% (correção da inflação), sem ganho real. “Mas só o convênio médico teve reajuste de 17%, ou seja, isso sufoca o trabalhador”, disse o sindicalista.
Procurada, a Embraer informou que não comenta o tema. A Fiesp, por sua vez, disse que o processo negocial encontra-se em andamento e que há previsão de nova rodada de negociação para a próxima semana.