Da Redação
MANAUS – A adesão dos trabalhadores da refinaria Isaac Sabbá à greve nacional dos petroleiros, que começou no sábado, 1º, não afetará o abastecimento de combustíveis em Manaus, disse Marcus Ribeiro, coordenador-geral do Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros do Amazonas). Na manhã desta segunda-feira, 3, a categoria realizou manifestação em frente à refinaria, no Distrito Industrial, zona leste de Manaus.
Marcus Ribeiro disse que para essas situações já são adotadas medidas para que o fornecimento de combustível não seja interrompido. “Em relação à questão do abastecimento, em um primeiro momento não vai impactar o mercado local. Então, a sociedade amazonense pode ficar tranquila em relação a isso. Quando é um momento assim de greve, a própria gestão da empresa já abastece os tanques locais da refinaria e das distribuidoras”, afirma.
O líder sindical alega que qualquer possível aumento nos preços não está relacionado ao movimento. “Se acontecer algum aumento no preço de combustível queremos deixar claro que isso não é devido à greve dos petroleiros”, disse. De acordo com Marcus Ribeiro, 70% da categoria no Amazonas está paralisada e o setor mais afetado é o de Operações.
A assessoria do Sindipetro afirma que não é possível informar em números quanto essa porcentagem representa e que devido o movimento ter sido deflagrado no último fim de semana e pela dinâmica específica de trabalho a expectativa é que os números aumentem durante a semana.
Um balanço parcial nacional da FUP (Federação Única dos Petroleiros), mostra que esse domingo, 2, a greve somava a adesão de cerca de 8 mil trabalhadores, distribuídos por 17 bases em dez estados.
Marcus Ribeiro afirma que a greve permanecerá enquanto a Petrobras não revogar o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR). Segundo a FUP, a decisão da estatal deve provocar as demissão de mil trabalhadores. Os petroleiros alegam que a demissão coletiva fere a cláusula 26 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da Ansa/Fafen-PR e da Petrobrás, assinado em outubro de 2019.
A categoria no Amazonas também protesta contra a privatização da refinaria Isaac Sabbá. “A nossa refinaria Isaac Sabbá, a única refinaria da região Norte, está à venda. Queremos alertar a população que isso vai ter um grande impacto para a economia local, na questão social e ambiental essa política de privatização. Não só a nossa refinaria, como outras sete refinarias que também estão à venda”, diz Ribeiro.
Marcus Ribeiro contesta o argumento de que a venda da refinaria no Amazonas gerará redução no preço do combustível. “A nossa refinaria, a única da região Norte, vai concorrer com quem? A nossa refinaria não disputa mercado com a região Nordeste nem com a região Sul”, diz.
Petrobras
Em nota, a Petrobras informou que considera “descabido” o movimento grevista anunciado pela FUP, “pois as justificativas são infundadas e não preenchem os requisitos legais para o exercício do direito de greve”. “Os compromissos pactuados entre as partes vêm sendo integralmente cumpridos pela Petrobras em todos os temas destacados pelos sindicatos”, diz o texto.