A Fifa anunciou nesta quinta-feira, que deixará como legado da copa no Brasil um fundo 20 milhões de dólares, que no câmbio de hoje daria R$ 47 milhões, para serem investidos exclusivamente em projetos sociais que inserem crianças ao futebol. A quantia pode parecer muito dinheiro, mas não é. Só com a isenção de impostos dos governos federal, estaduais e municipais, com os serviços e produtos da Copa, a entidade vai abocanhar R$ 1 bilhão. Ou seja, a Fifa devolve uma migalha com a mão esquerda da montanha de dinheiro que tirou com a direita.
Em junho de 2013, faltando exatamente um ano para o início do torneio mundial, a entidade mais poderosa do mundo anunciou sua previsão de lucro com a Copa do Mundo no Brasil: R$ 8,8 bilhões. Para quem vai ganhar essa cifra, doar R$ 47 milhões é como um trabalhador com renda média no Brasil que dá uma moeda a um mendigo. Não vai fazer a mínima falta. Representa 0,53% do que a entidade vai arrecadar.
Mas os brasileiros vão ficar com uma dívida de R$ 33 bilhões, que estão sendo investidos na preparação das 12 cidades que vão sediar os jogos do mundial.
De acordo com as autoridades brasileiras, está prevista a vinda ao Brasil de 600 mil turistas estrangeiros, que deverão gastar R$ 3,9 bilhões. O restante da fatura da Fifa virá mesmo do bolso dos brasileiros que vão se divertir com a Copa do Mundo. Uma diversão que vai sair muito cara.
Valmir Lima é jornalista, graduado pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas); mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia (Ufam), com pesquisa sobre rádios comunitárias no Amazonas. Atuou como professor em cursos de Jornalismo na Ufam e em instituições de ensino superior em Manaus. Trabalhou como repórter nos jornais A Crítica e Diário do Amazonas e como editor de opinião e política no Diário do Amazonas. Fundador do site AMAZONAS ATUAL.
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