Com o fim da campanha eleitoral, chega-se à conclusão de que o maior vencedor foi o eleitor que descobriu sua força para mudar os destinos políticos do Brasil.
Essa consciência trouxe também responsabilidade maior para os eleitos, já que os cidadãos não estão mais dispostos a dar um cheque em branco para o vencedor, seja ele quem for, como outrora fizeram. Ao contrário, a cobrança terá de ser firme e constante. Passada a eleição, a divisão do eleitorado deverá ser repensada, já que o País precisará de todas as forças unidas para reerguer-se. Devemos agir de forma mais proativa e com maior racionalidade. A continuação do caos não interessa aos objetivos da Nação, em especial, ao Amazonas.
Por aqui, espera-se que as respostas aos problemas enfrentados sejam rápidas e efetivas, já que eles não podem mais esperar. Não podemos dar-nos o luxo de continuar a errar. Nossa paciência está curta.
O governante eleito deverá, de imediato, intervir nas áreas críticas, como saúde, educação e segurança. Para o desenvolvimento do Estado, será necessária uma agenda que envolva a geração de emprego, a infraestrutura, não somente para a Capital, mas com destaque ao Interior. As BRs 319 e a 174 são de extrema importância para o Amazonas, mas não pode ser ignorada a necessidade de investimento nas estradas estaduais. Até quando iremos assistir à alta mortalidade por acidente na AM 010, que liga Manaus a vários Municípios?
A mesma inércia, apatia e irresponsabilidade acontecem com a infraestrutura viária e urbana do Polo Industrial de Manaus: crateras a céu aberto colocam diariamente em risco a vida de milhares de trabalhadores, geram prejuízo aos empresários e mata-nos de tanta vergonha.
Basta olhar as pesquisas qualitativas e conferir: insegurança é o que mais angustia o cidadão, seja de Manaus, Porto Alegre ou Salvador. Em nosso caso, esse sentimento ganha nuanças bem específicas: alcança nossa base econômica, compreende empresas, trabalhadores e famílias, que temem a “canetada” capaz de implodir negócios, empregos e sustento dos cidadãos. A insegurança passa pelo futuro de nossos filhos, objetos de uma educação precária, e cara, quando privada, num ambiente escolar e social que não sugere valores de formação ética, proativa e empreendedora.
É igualmente insegura e preocupante a possibilidade de alguém da família ficar doente. Isso deixa o contribuinte em sobressalto, visto a rede pública padece de insumos e a rede privada só quem suporta pagar os insultuosos planos de saúde é a minoria. E olhe lá… A insegurança, passa, ainda, pela herança de nossos governantes e representantes parlamentares, que, com pontuais exceções, confundem o interesse público com oportunidades de se “darem bem”. Ou pior: fazem obras de interesse, muito mais das empreiteiras do que do contribuinte, aquele que paga a fatura. Nunca a classe política foi submetida a tanto descrédito. Esse tipo de insegurança perpassa essa desconfiança, que nos assalta governo a governo.
O que pode fazer um governador que, há seis meses, animava programa de televisão e tem pouco mais de dois meses de tempo para fazer a transição, apresentar seu planejamento e definir o primeiro escalão? A resposta virá de sua capacidade de organizar uma equipe técnica, que conheça a fundo os problemas do Estado e de sua gente, a dinâmica e o perfil do desempenho dos servidores públicos e as feridas institucionais que a gestão inepta acaba criando. Somos e seremos torcedores do interesse público e estaremos a postos para fiscalizar incessantemente, aplaudir os acertos e denunciar eventuais deslizes.
Transparência e gestão compartilhada são dois esteios de uma construção bem-sucedida. Não há outro caminho. A seu favor, está a comunicação, a mais visível habilidade do novo gestor. Ao cidadão, porém, a postura mais esperada é a vigilância e o acompanhamento diuturno da administração pública cotidiana. Para onde vai o dinheiro do cidadão? Quando começa na prática a devolução digna da contrapartida dos serviços? Uma escola de qualidade, professores dignamente reconhecidos, remunerados, qualificados e atentos ao movimento das mudanças da era digital em que a pedagogia tem que andar de mãos dadas com os direitos e deveres dos cidadãos.
O gigante não dormirá mais, estará sempre atento e vigilante! O gigante, somos todos nós, os Donos do Brasil!
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