MANAUS – O Amazonas registrou, entre 1° de janeiro e 4 de abril, 1.186 queimadas, número 21,9% maior que a soma das queimadas registradas nos últimos cinco anos no Estado no mesmo período, que totalizam 918. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Estado é o 4° entre as 27 unidades da federação com maior número de queimadas, perdendo apenas para Roraima (3.010), Mato Grosso (2.778) e Pará (1.841).
No Amazonas, Barcelos, a 405 quilômetros de Manaus, concentrou a maior parte das ocorrências: 613. Manaus é a 16° entre os 62 municípios do Estado, com 17 focos registrados. As informações são monitoradas via satélite diariamente pelo Inpe.
Só entre 2015 e 2016 a diferença registrada é de 986 queimadas – foram 200 no ano passado e 1186 de janeiro até a última segunda-feira, conforme dado mais recente disponibilizado pelo Inpe. A maior parte das ocorrências se deu no mês de janeiro (770). Entre fevereiro e março, quando as chuvas foram se tornaram mais frequentes no Amazonas, houve redução significativa, de 275 focos de queimada para 140.
Contudo, o mês passado foi o março com maior número de queimadas da série histórica, iniciada em 1998. Em março do ano passado, por exemplo, foram 46 focos, 67,1% a menos que igual período de 2016. Antes disso, o mês de março com maior número de ocorrências havia sido registrado em 2010, com 116 queimadas. Além de Barcelos, Presidente Figueiredo, São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro registraram os maiores números na tabela de queimadas do Estado: 65, 58 e 45, respectivamente.
Em fevereiro deste ano, o pesquisador do Inpe e coordenador de monitoramento de queimadas por satélite do órgão, Alberto Setzer, explicou que os dados são extraídos de uma triagem feita através de informações captadas por oito satélites, um deles, o satélite de referência, responsável por distribuir os focos localizados em todos os municípios do Estado.
À época, ele também ressaltou que geralmente, os focos são resultado da ação humana e não de combustão espontânea. Contudo, o clima seco favorece a propagação do fogo. AMAZONAS ATUAL tentou contato com o pesquisado nesta terça-feira, 5, pelo número de telefone disponível na página do Inpe na internet, mas não obteve sucesso.